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27/02/2019

Unitaid apresenta editais para pesquisadores da Fiocruz

Julia Dias (Agência Fiocruz de Notícias)


O diretor de Relações Exteriores da Unitaid, Maurício Cysne, esteve nesta terça-feira (26/2) na Fiocruz para apresentar duas chamadas abertas para projetos de pesquisas: Acelerando o impacto de tecnologias de ação prolongada em países de baixa e média renda e Melhores ferramentas para o diagnóstico e o tratamento da malária causada por Plasmodium vivax. A sessão informativa aconteceu no Auditório Joaquim Alberto Cardoso de Melo, na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), no campus Manguinhos, no Rio de Janeiro.

“Para a Fiocruz, a agenda da inovação e tecnologia para sistemas de saúde é uma prioridade, assim como a cooperação internacional”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade de Lima (foto: Peter Ilicciev)

 

Criada em 2006, a Unitaid é uma organização internacional que tem como foco acelerar e facilitar o acesso a medicamentos, diagnósticos e tratamentos para doenças como HIV-Aids, malária e tuberculose. Para isso, a Unitaid investe em inovação de medicamentos, dispositivos e sistemas, buscando conectar academia e indústria com populações que necessitam destes insumos.

“Para a Fiocruz, a agenda da inovação e tecnologia para sistemas de saúde é uma prioridade, assim como a cooperação internacional”, destacou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que reafirmou a importância da parceria em projetos com a Unitaid.

Projetos de pesquisas

Acelerando o impacto de tecnologias de ação prolongada em países de baixa e média renda

A primeira chamada foi apresentada pela especialista da Unitaid Carmen Peres Casas. O edital tem por objetivo resolver o problema da baixa adesão a tratamentos continuados já existentes para as doenças prioritárias da Unitaid. É o caso da malária e da tuberculose, para as quais já existe tratamento, mas que muitas vezes é abandonado antes do fim, gerando recaídas, aumento da mortalidade, continuação do ciclo de transmissão e aumento a resistência dos microrganismos aos medicamentos.

As tecnologias de ação prolongada são dispositivos que liberam o medicamento aos poucos no organismo, como injetáveis, implantes, adesivos, anéis vaginais e sistemas gastrorretentivos. Estas tecnologias já revolucionaram outras áreas da medicina e nos países de baixa e média renda seu maior exemplo de sucesso são os contraceptivos. 

Para Maurício Cysne, esse é um terreno extremamente promissor, com estudos já avançados em áreas como infecções por HIV-Aids. “Mas é necessário atuar agora e não esperar o mercado agir. Por isso, a Unitaid está com esta chamada aberta”, explica.

"É necessário atuar agora e não esperar o mercado agir. Por isso, a Unitaid está com esta chamada aberta”, explicou o diretor de Relações Exteriores da Unitaid, Maurício Cysne (foto: Peter Ilicciev)

 

O edital está aberto para propostas até o dia 23 de abril e tem foco na reformulação de medicamentos já disponíveis e em propostas que permitam a comercialização contínua destas tecnologias de forma acessível em países de baixa e média renda.

Para acessá-lo, clique aqui.
 

Melhores ferramentas para o diagnóstico e o tratamento da malária causada por Plasmodium vivax

A segunda chamada aberta foi apresentada pela especialista Alexandra Cameron e tem como foco diagnósticos e tratamentos para a introdução da ‘cura radical’ de malária causada por Plasmodium vivax. Esta é a forma menos agressiva, mas mais prevalente da doença. A malária vivas é endêmica em diversas regiões do mundo, incluindo a Amazônia brasileira, e responsável por um alto índice de recaídas. 

O tratamento para curar definitivamente a doença e evitar recaídas disponível atualmente é feito com primaquina, administrada durante 14 dias. Por ser um tratamento longo, muitas vezes o paciente se sente bem antes do fim e abandona as últimas doses, o que gera as recaídas e a continuação do ciclo de transmissão.

Já existem novas tecnologias para o diagnóstico e tratamento mais preciso da malária vivax, mas elas ainda estão de fase de testes piloto e aprovação. A tafenoquina, por exemplo, é uma nova droga capaz de substituir o tratamento por primaquina por uma única dose. Para ser administrada com segurança, ela precisa ser precedida por um teste diagnóstico para saber se o paciente tem intolerância. Um diagnóstico quantitativo, que mede a presença da enzima G6PD, também já está disponível e em fase de testes.

É buscando acelerar a disponibilidade, adoção e escalonamentos destas inovações que a segunda chamada da Unitaid foi aberta e receberá propostas até 17 de abril. As propostas podem ter como foco tanto a implementação piloto de ferramentas de cura radical do P. vivax em países selecionados, como o estabelecimento de tratamentos pediátricos para a doença. Esse esforço visa acelerar a eliminação da malária, uma das metas da Agenda 2030 da ONU.

Para acessar o edital, clique aqui.

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