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09/07/2009

Vigilância sustentável e melhoria da qualidade de vida das áreas rurais ampliam contenção da infecção na AL

Pâmela Pinto


O pesquisador da Universidad de los Andes Felipe Guhl relatou o avanço dos triatomíneos na América Latina e reforçou a necessidade de programas sustentáveis de contenção durante a palestra Triatomíneos silvestres: um novo desafio no controle da transmissão vetorial, que ocorreu nesta quinta-feira, segundo dia do Simpósio Internacional de Chagas, no Rio de Janeiro. Em sua apresentação, Guhl explicou que combater a transmissão de triatomíneos silvestres domiciliados será uma garantia para o controle da infecção: “este é um dos maiores desafios que temos pela frente, já que a erradicação dos vetores silvestres não é possível e está associada à pobreza. Ainda há muito trabalho pela frente”, enfatizou. O pesquisador citou a ocorrência de surtos em áreas urbanas da Venezuela, por infestação oral, como exemplo da necessidade de manter a vigilância contínua. “Em 2008, ocorreu contaminação de mil estudantes, por via oral, numa escola em Caracas. Este ano houve um novo surto urbano no litoral, com 50 casos registrados, com quatro óbitos” informou.


 Guhl: Buscas ativas mostraram a presença de triatomíneos em aproximadamente 50% das plantações de palmeira, o que segundo o pesquisador, representa um alto risco de contaminação (Foto: Gutemberg Brito)

Guhl: Buscas ativas mostraram a presença de triatomíneos em aproximadamente 50% das plantações de palmeira, o que segundo o pesquisador, representa um alto risco de contaminação (Foto: Gutemberg Brito)


Segundo Guhl, a melhoria das habitações (e do peridomicílio) reduz também o risco de reinfestação. Ele cita como exemplo a cobertura de casas, na Colômbia e na Venezuela, feita com folhas de palmeira – “verdadeiros abrigos de triatomíneos, responsáveis pela entrada do inseto na casa também”, reforça. As palmeiras também são utilizadas para produção de óleo e vinho, amplamente consumidos no país. Buscas ativas mostraram a presença de triatomíneos em aproximadamente 50% das plantações de palmeira, o que segundo o pesquisador, representa um alto risco de contaminação. 


Na última década, a mobilização dos países latinos no combate aos triatomíneos obteve êxito no Brasil, Chile e Uruguai, certificados pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) por ter controlado o Triatoma infestans. Guhl ressaltou que as ações de controle sustentável levam a redução da mortalidade e da morbidade, diminuindo o risco de reinfestação.


Publicado 9/7/2009.

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