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25/08/2008

Visão multidisciplinar sobre esquistossomose é tema de livro da Editora Fiocruz

Renata Fontoura


Co-organizado pelo pesquisador do Laboratório de Patologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) Henrique Leonel Lenzi, o livro Schistosoma mansoni e esquistossomose: uma visão multidisciplinar foi lançado no 11º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose, promovido de 20 a 22 de agosto, em Salvador. A edição deste ano do evento comemorou o centenário da descoberta do Schistosoma mansoni no Brasil pelo pesquisador baiano Manuel Augusto Pirajá da Silva. Além de Lenzi, também são organizadores da publicação da Editora Fiocruz os pesquisadores Omar dos Santos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Paulo Marcos Zech Coelho, da Fiocruz Minas. Um selo, um carimbo comemorativo e dois livros sobre a vida de Pirajá da Silva também foram lançados no evento, que reuniu 600 pesquisadores brasileiros e estrangeiros.


 Ovos de <EM>Schistosoma mansoni</EM>

Ovos de Schistosoma mansoni


Conhecida popularmente como barriga-d'água e transmitida principalmente em açudes e pequenos córregos, a esquistossomose atualmente é encontrada em todas as regiões do Brasil. Segundo estimativas do Ministério da Saúde, cerca de 2,5 milhões de portadores da doença no país, além de 25 milhões de brasileiros expostos ao risco de contrair a doença. O parasito Schistosoma mansoni, que tem como hospedeiro intermediário caramujos de água doce, alcança 12 milímetros de comprimento por 0,44 milímetros de diâmetro em sua fase adulta, vivendo dentro de pequenas veias do intestino e do fígado do homem, seu hospedeiro definitivo.


A descoberta do Shistossoma mansoni no Brasil


Publicado em 1908 na revista científica Brazil Médico, o trabalho Contribuição para o estudo da schistosomiase na Bahia, do médico e pesquisador baiano Manuel Augusto Pirajá da Silva, marcou a descoberta e a identificação do Schistosoma mansoni – agente etiológico da esquistossomose intestinal – no Brasil. No artigo, o autor relata que havia observado a presença de ovos do parasito em amostras de pacientes baianos quatro anos antes da publicação.


No mesmo ano, o pesquisador foi o autor de mais dois artigos na mesma revista e outro na revista Archives de Parasitologie. Pirajá da Silva também foi responsável pela descrição do ciclo evolutivo da doença, em 1912, apontando caramujos de água doce como hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni, introduzido no Brasil ainda no período colonial, com o tráfico de escravos africanos.


Publicado em 25/08/2008.

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