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17/07/2009

Visita do presidente de Moçambique celebra aproximação do país com a Fiocruz

Edmilson Silva


Os primeiros lotes de medicamentos antirretrovirais da fábrica que a Fiocruz está ajudando o governo de Moçambique a montar na cidade de Matola começarão a ser embalados em agosto de 2010. Este foi um dos assuntos em pauta no encontro do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, com o presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, nesta segunda-feira (20/7), na sede da Fundação, em Manguinhos, no Rio de Janeiro. O treinamento dos técnicos que trabalharão na fábrica em Motala já está sendo realizado. O início das operações da planta industrial aguarda a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma doação do governo brasileiro no valor de R$ 15 milhões, destinados à aquisição de equipamentos. 


 Aperto de mãos entre os presidentes de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, e da Fiocruz, Paulo Gadelha, celebra uma aproximação ainda maior entre o governo moçambicano e a Fundação na área da saúde (Fotos: Peter Ilicciev/CCS) 

 Aperto de mãos entre os presidentes de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, e da Fiocruz, Paulo Gadelha, celebra uma aproximação ainda maior entre o governo moçambicano e a Fundação na área da saúde (Fotos: Peter Ilicciev/CCS) 


Além da fábrica de medicamentos, há várias outras iniciativas no âmbito do Acordo Geral de Copperação Fiocruz-África, desde 1984. Entre elas, destacam-se o fortalecimento do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique, o estabelecimento do Escritório Fiocruz-África, em Maputo, capital moçambicana, o Projeto Farmácia Popular de Moçambique e as metas do Plano Estratégico de Cooperação em Saúde para os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para 2009-2012, que posiciona a Fiocruz como observador consultivo da CPLP.


Durante a visita da comitiva moçambicana à Fiocruz, Gadelha apresentou a Guebuza o histórico e o trabalho da Fundação, incluindo projetos estratégicos tais como o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), o Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reativos para Diagnóstico (CIPBR/Biomanguinhos), novas vacinas com uso de alta tecnologia e o projeto insulina. O presidente da Fiocruz também falou sobre a nova unidade de produção de insumos e reagentes para diagnóstico molecular, localizada no Paraná, e apresentou um panorama da presença da Fiocruz em todo o Brasil, citando os estados em que a Fundação passará a atuar mais diretamente: Mato Grosso do Sul, Piauí e Rondônia, além do Paraná.


 Em sua visita à Fiocruz, Guebuza conheceu as instalações do Centro Tecnológico de Vacinas (CTV/Biomanguinhos) 

 Em sua visita à Fiocruz, Guebuza conheceu as instalações do Centro Tecnológico de Vacinas (CTV/Biomanguinhos) 


Gadelha destacou a importância do trabalho que vem sendo feito em conjunto por especialistas da Fiocruz e de Moçambique. “Quando falo em ajudar, estou falando também em parceria, porque estamos aprendendo muito com os moçambicanos”, disse. No final da apresentação, Gadelha destacou uma frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dita recentemente, e que dá conta da obrigatoriedade “política, moral e ética de o Brasil fazer o que está fazendo pelo continente africano”.


Guebuza agredeceu o fato de a Fiocruz ter escolhido Maputo como sede de seu Escritório Técnico para a África e disse que interessa ao governo de Moçambique uma visão holística na capacitação de toda a área de saúde. Ele quis saber detalhes sobre o funcionamento do programa Brasil Sorridente, do Ministério da Saúde, por causa do interesse que tem de implantar projeto semelhante em seu país. Na ocasião, o atual coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) e ex-presidente da Fundação, Paulo Buss,  sugeriu que Guebuza criasse um grande programa de saúde oral, com o incentivo à escovação dos dentes e ao uso do flúor.


Para o embaixador do Brasil em Moçambique, Antonio Souza e Silva, também presente ao encontro, a cooperação entre a Fiocruz e Maputo é inédita, pois prevê a realização de projetos mais estruturantes, nos quais não se pode deixar de lado a necessidade de fortalecimento das próprias instituições moçambicanas. “Não adianta de nada treinar o técnico em nossas instituições e, quando ele volta para o país de origem, se depara com os mesmos problemas, a mesma situação”, avaliou o embaixador.


 Vista aérea da cidade de Maputo, capital de Moçambique 

Vista aérea da cidade de Maputo, capital de Moçambique 


Antes de seguir para almoço com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, Guebuza visitou a área de produção e alguns laboratórios do Centro Tecnológico de Vacinas (CTV) do Instituto de Tecnologia de Imunobiológicos (Biomanguinhos). Durante a visita, o presidente de Moçambique demonstrou sensibilidade para uma série de questões relacionadas à saúde e conversou com Gadelha sobre detalhes técnicos das parcerias entre Fiocruz e Moçambique.


Atualizado em 17/07/2009.

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