22/06/2016
Blog da revista História, Ciências, Saúde - Manguinhos
A luta por uma sociedade sem manicômios é uma das mais bem-sucedidas da história recente brasileira. Uma das principais práticas de visibilidade do movimento é a comemoração do Dia Nacional de Luta Antimanicomial, data lembrada em diversos lugares do país.
As comemorações desse dia, celebrado em 18 de maio, têm nos cartazes uma das suas principais estratégias de divulgação e mobilização: com eles circulam e são difundidos os discursos que defendem uma sociedade sem manicômios.
Com o objetivo de compreender algumas estratégias discursivas do Movimento Nacional de Luta Antimanicomial no Brasil, os pesquisadores da Fiocruz Wanda Espirito Santo, Inesita Soares de Araujo e Paulo Amarante realizaram uma leitura analítica e comparativa de dois cartazes comemorativos desse dia. As conclusões estão publicadas em artigo da última edição da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos.
Os cartazes selecionados foram produzidos para públicos diferentes e em locais diversos (São Paulo e Minas Gerais). Eles fazem parte do vasto acervo de materiais que narram a trajetória antimanicomial no Brasil do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz).
Apesar de empregarem a mesma tática e utilizarem o mesmo slogan – Manicômio nunca mais – , os cartazes organizam suas estratégias discursivas de formas diferentes. Porém, o discurso antagonista, pró-instituição manicomial, é desqualificado em ambos. “O lugar de segregação, considerado como lugar de tratamento e centro da ciência, perde paulatinamente seu lugar de verdade”, afirmam os autores.
Confira o artigo na íntegra.