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14/08/2013

Audiência pública no Congresso destaca a atuação da Fiocruz contra a influenza

Nayane Taniguchi


A abrangência da atuação da Fiocruz nas questões relacionadas à influenza foi destacada pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da instituição, Jorge Bermudez, durante audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) na terça-feira (13/8), no Plenário 7 da Câmara dos Deputados. Bermudez foi um dos convidados a participar da sessão, que teve por objetivo discutir a situação das gripes H1N1 e H7N9, bem como a fabricação de vacinas antivirais no Brasil. A audiência foi promovida de forma conjunta com a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. “A abrangência da Fiocruz não está limitada à vacina, à produção e à vigilância. A Fiocruz é referência no apoio ao controle de doenças como influenza e outras que são estratégicas para o país”, destacou.

O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da instituição, Jorge Bermudez, na audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família (Foto: Lidiane Souza).

 

Além de fazer uma breve apresentação sobre a instituição, que entre outras áreas atua com pesquisa, publicações, ensino, atenção à saúde, vigilância, informação, história, ambiente e produção de vacinas, kits diagnósticos e medicamentos, Bermudez afirmou que a Fiocruz se consolida em nível nacional e internacional – com a presença em 11 cidades, incluindo a capital federal e um escritório na África –, e citou a participação da Fundação em uma série de redes, “em que cada uma dessas unidades observa e acompanha a realidade regional, nacional e global em termos de saúde pública e ciência e tecnologia em saúde”. Em relação à atuação da instituição na cooperação internacional, o vice-presidente citou que, entre 2001 e 2012,  a Fiocruz disponibilizou 144,6 milhões de doses de vacinas de febre amarela e meningocócica a 74 países, espalhadas nos cinco continentes: África (29 países), América do Norte e Caribe (23 países), América do Sul (11 países), Ásia (10 países) e Oceania (um país). Em 2013, já são 18 milhões de doses distribuídas.
 
Durante a exposição, o vice-presidente da Fiocruz destacou o papel estratégico desempenhado pela Fundação, maior instituição de saúde pública da América Latina e uma das maiores do mundo. “Nós trabalhamos sempre olhando o futuro. Queria chamar atenção para uma publicação que a Fiocruz, junto com o Ministério da Saúde, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), produziu, que observa o que vai acontecer e quais são os cenários possíveis que nós esperamos para o Brasil no campo da saúde para 2030, 2033”, disse, ao comentar sobre a publicação Prospecção estratégica de horizontes futuros sobre a Saúde no Brasil, resultado de parceria entre as instituições.

“Nós queremos nos preparar para o futuro, e não trabalhar apenas com necessidades imediatas. Estamos vendo o que vai acontecer nos próximos 20 anos em termos do cenário possível, cenário provável e um cenário pessimista, mas que pode vir a acontecer em várias áreas como políticas de saúde, perfil sanitário, gestão do trabalho em saúde, força de trabalho, desenvolvimento produtivo e o complexo industrial da saúde. Tudo isso nos leva para que planejemos as nossas atividades com antecedência para enfrentar o futuro”, explicou.
 
A publicação aborda, entre outras questões: desenvolvimento, Estado e políticas de saúde; população e perfil sanitário; organização e gestão do sistema de saúde; força de trabalho em Saúde; estrutura do financiamento e do gasto setorial; desenvolvimento produtivo e complexo da saúde. Tendo como referência o ano de 2033, o periódico considera os seguintes cenários: desejável e possível; inercial e provável; pessimista e plausível.
 
“O Ministério da Saúde tem apoiado muito a Fiocruz no nosso diálogo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para que a Fundação seja considerada o segundo Centro de Referência em Influenza para caracterização de cepas pandêmicas e epidêmicas no mundo em desenvolvimento. Apenas na Austrália e, hoje, no Brasil, na Fiocruz, nós temos um Centro de Referência da Rede Global da OMS, que trabalha principalmente nos países do norte para vigilância e monitoramento da Influenza”, ressaltou Bermudez, em relação à atuação da Fiocruz nas ações voltadas à influenza. “Além disso, trabalhamos com laboratório credenciado em nível nacional e trabalhamos em conjunto, principalmente com instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e com o Instituto Evandro Chagas, no Pará, como laboratórios de referência regional, para caracterizar, monitorar, identificar e manter a observação de cepas de Influenza que estão circulando no Brasil”, acrescentou.
 
Segundo Bermudez, a atuação da Fiocruz na área também está relacionada à vigilância, diagnóstico, tratamento, prevenção e prestação de serviços médico-hospitalares. Sobre o caso do vírus H1N1 em 2009, Bermudez explicou que a ação da instituição, no caso de influenza pandêmica, esteve focada no diagnóstico laboratorial de casos suspeitos, e na capacitação de profissionais de saúde nesses procedimentos, além da ação terapêutica. “Desde a detecção dos primeiros casos e alerta global pela OMS, a Fiocruz se mobiliza para o recebimento de amostras”, contou. O vice-presidente também destacou a atuação da Fundação, por meio da unidade de Farmanguinhos, na produção do Oseltamivir, medicamento utilizado no tratamento à doença em pacientes que apresentam os sintomas, e distribuído pelo SUS.

Na área de pesquisas em vacinas contra a Influenza, Bermudez falou sobre o trabalho desenvolvido pela Fiocruz Minas, que sedia o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCTV), criado para apoiar o desenvolvimento de vacinas contra doenças negligenciadas, que atua em programas de pesquisas realizadas em colaboração com pesquisadores de outros INCTs. “Um dos grupos do INCTV tem trabalhado com influenza recombinante, vírus modificados por engenharia genética e produzidos em células no laboratório”.
 
Audiência pública

Também participaram da audiência pública o secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa; o diretor do Instituto Butantan, Jorge Elias Kalil Filho; o coordenador do Programa Nacional de Sanidade Avícola do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Bruno Rabelo Pesamilio; e o presidente da Câmara de Sanidade e Produção da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Antônio Guilherme de Castro. A sessão foi presidida pelo deputado Rosinha (PT-PR), presidente da CSSF.

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