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09/09/2020

Comitê da Fiocruz discute saúde indígena e pandemia

Rita Vasconcelos (Fiocruz Pernambuco/Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz)


A chegada da Covid-19, causada pelo novo coronavírus, trouxe preocupação para toda a população mundial. No entanto, para populações que já viviam em situações socialmente vulneráveis, como é o caso dos povos e territórios indígenas no Brasil, a pandemia chegou com ares de extermínio. Ainda é bem viva na memória desses povos os efeitos de doenças infecciosas, como gripe e sarampo, que dizimaram etnias e foram usadas como arma contra os povos originários. O Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz promoverá no próximo dia 16 de setembro (excepcionalmente numa quarta-feira), das 10h às 12h, um encontro virtual de formação abordando o tema A saúde indígena em tempos de pandemia.

Os indígenas brasileiros, em sua totalidade, vivem hoje em situações precárias do ponto de vista social, econômico e alimentar. Além disso, estudos apontam elevadas prevalências de diferentes doenças e agravo s à saúde na população indígena, o que torna essas pessoas mais vulneráveis a complicações do novo coronavírus. Soma-se a este quadro a dificuldade de acesso aos serviços públicos essenciais, de informação e de um crescente desmonte das políticas indigenistas. 

Considerando tudo isso, o Comitê, na sua missão de dialogar e propor ações de equidade de raça, traz a questão da saúde indígena para reflexão do grupo, abrindo o debate para o grande público. Participam desse encontro: Carmem Pankararu, da etnia de mesmo nome (Pankararu), cujo território ocupa os municípios de Petrolândia, Tacaratu e Jatobá, no sertão de Pernambuco, técnica em administração e presidente do Sindicato Nacional dos Profissionais e Trabalhadores de Saúde Indígena; e João Paulo, da etnia Yepamahsã (Tukano), do município de São Gabriel da Cachoeira (AM), graduado em Filosofia, mestre e doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), pesquisador do Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (NEAI) e fundador do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi. Para fazer a mediação do debate, o encontro virtual terá a participação de Fabiane Vinente, pesquisadora e antropóloga do Laboratório Território, Ambiente, Saúde e Sustentabilidade do Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia).

Essa edição do encontro virtual será mediada por Rita Bacuri, integrante do Comitê Pró-Equidade pela Fiocruz Amazônia, e contará tradução para a Língua de sinais brasileira (Libras), a fim de ampliar a acessibilidade e o direito à comunicação e informação. A transmissão será feita pelo canal do YouTube da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz.

Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz

O Comitê foi criado em 2009, para consolidar uma agenda institucional pelo fortalecimento dos temas étnico-raciais e de gênero na Fundação, colaborando para uma constante atualização e reorientação de suas políticas, bem como de suas ações, seja nas relações de trabalho, seja no atendimento ao público e na produção e popularização do conhecimento. Em 2018, passou a ser gerido por uma coordenação colegiada, sendo a promoção da equidade de gênero, diversidade sexual e das relações étnico-raciais na Fiocruz, prioridade do Comitê, em alinhamento com o posicionamento da instituição em defesa dos direitos humanos, do reconhecimento e valorização da diversidade e combate às desigualdades.  

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