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08/06/2015

Conquistas do passado, ensinamentos para o presente

Paulo Schueler / Ascom Bio-Manguinhos


Se saber estabelecer acordos e firmar relacionamentos permitiu ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) cumprir sua missão com a população e a saúde pública, esse ensinamento e conhecimento continuam sendo usados no presente para vencer alguns dos desafios colocados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Alinhado às diretrizes do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Bio-Manguinhos investe em parcerias, desenvolvimento tecnológico e inovação. O caminho percorrido entre as necessidades apontadas pelo Ministério da Saúde até a entrega de novos produtos aos programas de saúde pública é longo e permeado por diversas etapas.

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Para oferecer imunobiológicos de qualidade à população brasileira, ampliando o seu acesso, o maior laboratório público do país - Bio-Manguinhos - investe fortemente na sua cadeia de inovação. "Obviamente que o nosso produto final são vacinas, reativos e biofármacos, que entregamos na ponta da cadeia. Mas para isso há um grande trabalho em Bio na parte de inovação e a busca por parceiros", afirmou o diretor Artur Roberto Couto.

As parcerias são comuns e firmadas com outras unidades da Fiocruz, universidades, instituições públicas e empresas privadas. O investimento em projetos alinhados ao quadro de prevenção da saúde nacional é contínuo. Os recursos são alocados em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e qualificação de pessoas. "Não só prospectamos como também somos procurados por empresas de ponta, principalmente aquelas voltadas a produtos biofarmacêuticos (ou biofármacos), que veem Bio-Manguinhos como um laboratório com potencial e infraestrutura para desenvolvimento e produção", explicou Artur.

O Kit NAT, por exemplo, é apontado por muitos como o melhor exemplo de desenvolvimento nacional, pois envolveu uma universidade (UFRJ), a Fiocruz, por meio do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná) e Bio. O teste de diagnóstico molecular, que detecta os vírus da Aids e hepatite C nas bolsas de sangue dos hemocentros brasileiros, está no mesmo nível dos que são produzidos pelas empresas privadas. "Esse é o modelo que temos que buscar sempre", disse Artur.

Para que Bio-Manguinhos consiga bons frutos, como este, parcerias são imprescindíveis. O instituto não atua na fase de pré-descoberta, ou seja, pesquisa básica, pois inicia seu trabalho já na fase de desenvolvimento produtivo. É fundamental então contar com o apoio de outras unidades da Fiocruz. "Queremos buscar uma maior aproximação e integração com as áreas de pesquisa das outras unidades, para atender às demandas do SUS", afirmou Artur.

Paralelemente, a unidade da Fiocruz vem fazendo investimentos de vulto em infraestruturas modernas e tecnologias de ponta, como a nova fábrica para a produção de princípios ativos vacinais e biofármacos em plataforma vegetal, no Polo Industrial e Tecnológico da Saúde, no Ceará. "Na parte produtiva, vamos ampliar a capacidade de produção para atender integralmente às demandas de saúde e as políticas internacionais do governo brasileiro, além das agências das Nações Unidas", destacou Artur. Para isso, um novo centro de processamento final será erguido no novo campus de Bio-Manguinhos em Santa Cruz (RJ).

A expansão institucional de Bio-Manguinhos, que tem como uma de suas consequências a construção de novos campus, resulta do crescimento do Complexo Industrial da Saúde e da decisão do Governo Federal em fortalecer o papel do setor público nesse segmento. Considerado importante indutor da economia brasileira e uma das principais cadeias produtivas estruturadas local e globalmente, o segmento de Saúde responde por 75 mil empregos diretos e mais de 500 mil indiretos, correspondendo a 9% do PIB. Desde 2005, o segmento registra expansão superior a dois dígitos. Em 2013, o mercado farmacêutico cresceu 17% em receita, movimentando R$ 58 bilhões. Segundo o IMS Health, foram vendidas 2,9 bilhões de unidades de medicamentos, crescimento global de 11,6% se comparado aos dados de 2012, e passamos a ocupar o sexto lugar do ranking mundial.

Grande parte desses números resulta de uma mudança de paradigma que transformou o Complexo Industrial e Econômico da Saúde em oportunidade de desenvolvimento como gerador de riqueza e conhecimento, incluindo o segmento na agenda de prioridades do governo. O Ministério da Saúde, responsável pelo maior volume de compra de produtos e insumos no País, registrou crescimento de 78% no orçamento para compra dos medicamentos da Assistência Farmacêutica entre os anos de 2010 e 2014. Em 2010 foram investidos R$ 6,9 bilhões e em 2014 o orçamento previsto é R$ 12,4 bilhões. As compras públicas exercem um papel estratégico como fator indutor do desenvolvimento de tecnologia e inovações.

O Ministério da Saúde aposta em Parcerias para o Desenvolvimento e Produção (PDP) de medicamentos com absorção de tecnologia nas instituições públicas, para obter redução de custos para o SUS, diminuir a dependência externa, gerar conhecimento e empregos. Essa estratégia prioriza produtos de alto custo, como os biológicos, que representam 41% do total gasto na aquisição de medicamentos pelo Ministério da Saúde.

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