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04/07/2019

Evento aborda esquistossomose para auxiliar políticas públicas

Fiocruz Minas


Pesquisadores de diferentes unidades da Fiocruz participaram (26 e 27/6) da 17º Reunião do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose (Fio-Schisto). O evento, realizado em Belo Horizonte (MG), teve por objetivo discutir aspectos importantes relacionados a controle e tratamento da doença, de forma a subsidiar as decisões a serem tomadas pelo Ministério da Saúde.

“Trata-se de uma reunião que nos permite trocar informações e colocar em discussão temas relevantes acerca da doença. O intuito é que, a partir dos debates, possamos fazer recomendações que contribuam para Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose”, explica o pesquisador da Fiocruz Minas Roberto Sena Rocha, coordenador do Fio-Schisto, no triênio 2018-2020.

Durante a abertura do evento, a diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta, falou sobre a importância do Fio-Schisto, especialmente por ser um programa que consegue reunir a pesquisa básica e aplicada, envolvendo laboratórios de referência e coleções, concretizando, assim, a proposta de translacional. “É um grupo com lastro consolidado, que existe há mais de 30 anos, e vem atuando de forma a dar respostas ao Ministério da Saúde”, afirmou.

O assessor Carlos Eduardo Grault representou o vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fundação, Rodrigo Correa, que não pôde estar presente no primeiro dia do evento. Grault destacou que a Presidência da Fiocruz tem trabalhado de forma integrada, unindo esforços para oferecer propostas bem consolidadas. “A ideia é que, a partir dos programas translacionais, possamos ter projetos estruturantes, possibilitando-nos apresentar soluções ao Ministério da Saúde”, ressaltou.

Discussões

Diversos temas foram debatidos durante os dois dias de encontro. Uma das questões em pauta se refere à aquisição de testes de diagnósticos e medicamentos voltados para a esquistossomose que não tenham sido desenvolvidos ou testados no Brasil. O grupo concluiu que é necessário recomendar ao Ministério da Saúde que, antes da compra, os kits diagnósticos e/ou medicamentos sejam validados no Brasil. “As cepas de parasito que circulam nos países são diferentes e, dessa forma, é preciso testar se o produto desenvolvido fora terá a mesma eficácia no Brasil”, explica Roberto Sena.

Outro tema em discussão buscou responder a um questionamento do Ministério da Saúde: o medicamento para o tratamento da esquistossomose deve ser oferecido mediante confirmação da doença por exame sorológico ou deve-se exigir exame de fezes? Os pesquisadores concluíram que ainda não há evidências científicas para dar essa resposta, sendo necessário realizar novos estudos.

Durante a reunião, também foram iniciadas as discussões em torno dos molusicidas, produtos químicos utilizados para o controle de moluscos. O grupo também recebeu uma atualização acerca do desenvolvimento da nova formulação do Praziquantel, medicamento voltado para o tratamento da esquistossomose, produzido por pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz).

Também tiveram início as discussões para a organização do 16º Simpósio Internacional de Esquistossomose, que acontecerá no ano que vem. “Já que estávamos todos juntos, foi uma oportunidade para pensarmos em possíveis palestrantes e convidados para este evento, que reúne especialistas do mundo inteiro. E já aproveito para lembrar a todos os interessados no tema que marquem em suas agendas a data do simpósio: será nos dias 24, 25 e 26 de agosto de 2020, em Ouro Preto. Certamente, será muito produtivo, assim como foi nossa reunião”, destaca o coordenador do Fio-Schisto.

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