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13/12/2022

Fiocruz apoia MCTI na inauguração de piloto do projeto Água Atmosférica

Informe Ensp


O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF), inaugura, nesta terça-feira (13/12), a primeira unidade piloto do Projeto Água Atmosférica MCTI, que está instalada na Escola Municipal de Educação Básica Antônio Rodrigues Damasceno, localizada no município de Santana do Ipanema (AL), que fica cerca de 200 km da capital, Maceió. O projeto consiste em avaliar o impacto na saúde da comunidade escolar, a partir do fornecimento de água de qualidade. A água em questão provém do ar, ou seja, as máquinas transformam a umidade do ar em água potável. O projeto conta com apoio do Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), como coordenador operacional local, e da Fiocruz, como coordenador científico do projeto. 

Desde setembro deste ano, três máquinas estão instaladas e operacionais na escola alagoana. Juntas, podem produzir cerca de 1 mil litros de água por dia para abastecimento. A unidade escolar atende 300 alunos. O Água Atmosférica também tem unidades em Retirolândia (BA), Monsenhor Tabosa (CE) e João Câmara (RN). No total, são dez máquinas, que foram doadas pela empresa israelense Watergen. Cada máquina pode gerar, em média, 350 litros de água por dia. No entanto, a quantidade de água produzida em cada localidade varia de acordo com a temperatura e a umidade relativa do ar. A destinação dos equipamentos compôs uma ação integrada do MCTI para gerar conhecimento sobre como adaptar a tecnologia para diferentes contextos de uso no semiárido brasileiro, que enfrenta escassez hídrica.

“Espera-se que com esta implementação do projeto possamos obter resultados significativos na melhoria de aprendizado dos alunos e na qualidade de vida da comunidade escolar e priorizando sobretudo a saúde física e mental das crianças”, avalia o secretário do MCTI, Marcelo Morales. 

Para a diretora do INSA/MCTI, Mônica Tejo Cavalcanti, implementar tecnologias utilizadas em outros países na região do semiárido é uma validação para possíveis alternativas em recursos hídricos, subsidiando políticas públicas para o País. “Está ação está alinhada à missão institucional do Insa que é ser agente de transformação promovendo a inovação tecnológica e social para o semiárido brasileiro”, afirmou a diretora. 

Diagnóstico

O projeto prevê avaliação da saúde em sete dimensões, considerando principalmente a qualidade da água, impacto da seca no fornecimento e a variação da incidência de doenças relacionadas água. "O Projeto Água Atmosférica MCTI é muito importante pois ajuda a prover água de qualidade e nos permite medir seu impacto na saúde dos escolares no semiárido brasileiro, região conhecida pela escassez hídrica”, coordenadora do projeto científico da Fiocruz, Debora Kligerman.

No diagnóstico preliminar, elaborado pela Fiocruz, identificou-se que todas as unidades escolares são abastecidas por meio de caminhões-pipa. Há reservatórios em desuso, destampados e com sujidades. Em alguns casos, não é realizada análise da qualidade da água e identificou-se a presença de coliformes totais (E. coli). Os pesquisadores identificaram que em todas as unidades foram diagnosticados casos de dor de barriga e sintomas característicos de doenças de veiculação hídrica como olhos amarelados, dores abdominais, falta de apetite e enjoo, dores de dente, cárie e gengivite. 

Outro ponto observado é que por conta do uso racional de água nas unidades escolares, os alunos precisam levar água de casa. A precipitação média é de 538 mm/ano (BA), 600 mm/ano (RN), 647 mm/ano (CE) e 800 mm/ano (AL). Em geral, há restrição do uso de água. 

O diagnóstico intermediário foi realizado, até o momento, nas unidades do Rio Grande do Norte e em Alagoas. Após a instalação das máquinas, observou-se que a água estava própria para o consumo humano somente nos bebedouros e reservatórios abastecidos pelo sistema Água Atmosférica. 

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