26/11/2020
Júlia Dias (Agência Fiocruz de Notícias)
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, recebeu nesta quinta-feira (26/11) o comandante da Marinha do Brasil, almirante Ilques Barbosa, e uma comitiva da Marinha na sede da Fundação. Na ocasião, eles assinaram um protocolo de intenções que visa intensificar a cooperação já existente entre as duas instituições. O documento prevê a troca de conhecimento e o desenvolvimento de projetos de interesse comum e estratégico para o país, através da realização de atividades conjuntas nas áreas de vigilância epidemiológica e ambiental, controle de vetores; estudos sobre biodiversidade, formação e qualificação de Oficiais do Corpo de Saúde da Marinha; cooperação científica e tecnológica para desenvolvimento de novos medicamentos; e suporte técnico especializado nas áreas de excelência de ambas as instituições.
O comandante da Marinha do Brasil, almirante Ilques Barbosa, e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, na assinatura do acordo (Foto: Peter Ilicciev)
Para o comandante da Marinha, o acordo é mais um passo da aproximação entre duas instituições estratégicas para o Estado brasileiro e a soberania nacional. “Eu considero os professores e os cientistas a linha de frente da soberania nacional”, afirmou o almirante ao ressaltar a importância histórica e estratégica da ciência para as atividades de Marinha.
“A atual crise sanitária demonstrou a importância do conhecimento em saúde e da visão de saúde única, que integra a saúde humana, ambiental e animal, para dar respostas aos desafios do presente e do futuro. A parceria com a Marinha é fundamental para que possamos aprofundar o conhecimento conjunto em saúde e ambiente em regiões como a Antártica e a Amazônia.”, ressaltou Nísia, ao celebrar a assinatura do novo acordo. Segundo a presidente da Fiocruz, “a região amazônica é hoje o grande desafio e a prioridade de agenda dessa cooperação”.
A Fiocruz e a Marinha já têm parcerias em diversas áreas, como pesquisas na Antártica e na Amazônia, vigilância epidemiológica e ambiental na Ilha da Marambaia e a participação de oficiais em um curso de especialização em Gestão em Saúde oferecido pelo Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz). A cooperação na Antártica se dá por meio do FioAntar, o projeto de pesquisa da Fiocruz no continente, do Fiolab, um laboratório permanente na Estação Antártica Comandante Ferraz, e da participação da Fiocruz no Comitê Executivo da Política Nacional para Assuntos Antárticos (Polantar), no qual a Fundação representa o Ministério da Saúde. Na Amazônia, a cooperação entre as instituições permite o suporte a populações e o diagnóstico de doenças infecciosas na região, através da atuação do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia).
Durante a visita, a comitiva da Marinha se reuniu com pesquisadores envolvidos no FioAntar e em outros projetos de cooperação. Além da presidente da Fiocruz, estavam presentes o chefe de Gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel, o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Valdiléa Veloso, o coordenador do FioAntar, Wim Degrave, a coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz, Marcia Chame, a chefe substituto do Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do IOC-Fiocruz, Fernando Motta, a assessora da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Sandra Soares, e a assessora do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Lucia Marques.
Após a reunião, o grupo composto pelo diretor de Saúde da Marinha, Vice-Almirante Luiz Claudio Barbedo Fróes, o chefe de gabinete do Comandante da Marinha, Vice-Almirante Eduardo Machado Vazques, o secretário Militar, Capitão de Fragata Ondiara Barbosa, e assistente do Comandante da Marinha, Capitão de Corveta (FN) Ronan Gonçalves Peres, seguiu para conhecer algumas das instalações da Fundação no combate à Covid-19. A comitiva visitou a Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 e a fábrica que está sendo adaptada para produzir a vacina contra a Covid-19, em Bio-Manguinhos.