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16/10/2017

Fiocruz avalia participação no Brasil sem Miséria

Gustavo Mendelsohn de Carvalho*


A Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) promoveu, no auditório do Museu da Vida (9/10), um seminário para avaliação de projetos de pós-graduação alinhados ao Plano Brasil sem Miséria (BSM). A Fundação integra o programa desde 2012, quando foi firmado um convênio junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e ao Ministério do Desenvolvimento Social, no âmbito do Programa de Indução de Teses de Pós-Graduação.

A Coordenação Geral de Pós-graduação (CGPG), vinculada à VPEIC foi responsável pela seleção e acompanhamento dos projetos de pesquisa que participaram do BSM. Foram oferecidas 125 bolsas de doutorado e pós-doutorado, integrando diversos programas de pós-graduação e grupos de pesquisa nas diversas unidades da Fiocruz. O programa contou com a participação de 93 doutorandos e 82 pós-doutores, sendo que mais da metade dos projetos já foram concluídos.

O objetivo do Programa de Indução, que se estende até fevereiro de 2018, é estimular a cooperação interdisciplinar entre pesquisadores, garantindo que as pesquisas financiadas tivessem aplicação social direta, para atendimento das necessidades da população em situação de extrema pobreza. O que não é tradicionalmente um resultado esperado em pesquisas científicas. Para o coordenador-adjunto da Pós-graduação na Fiocruz, Milton Ozório Moraes, a iniciativa “permitiu a identificação de eixos estratégicos, que permitem aliar a formação de recursos humanos orientados a problemas graves e abrangentes na saúde”.

Os eixos identificados apontam para estratégias de controle, monitoramento e tratamento de doenças relacionadas à pobreza; aspectos epidemiológicos e diagnóstico de doenças; populações em situação de risco; ações educativas em saúde; avaliação de políticas públicas; e relações entre ciência, tecnologia e sociedade. Milton Moraes explica que há projetos que, por exemplo, “avaliam diretamente o impacto na saúde de programas de transferência de renda como o Bolsa Família, ou que resultaram no desenvolvimento de kits acessíveis para o diagnóstico de doenças negligenciadas, e ainda de novos materiais educativos produzido em diferentes mídias”.

No seminário de avaliação do convênio, foram apresentados projetos considerados representativos das atividades desenvolvidas ao longo dos últimos anos. O pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Ricardo Ventura, abriu o evento com a conferência “Etnicidade, equidade e saúde dos povos indígenas no Brasil”, um dos temas centrais no BSM, com diversos projetos contemplados pelo convênio.

A mesa-redonda realizada na parte da manhã teve a apresentação de Rebeca Feltrin, Por uma ciência socialmente engajada: a dinâmica de produção de conhecimentos na pós-graduação da Fiocruz no âmbito do convênio Brasil Sem Miséria, que fornece uma análise bastante detalhada de 50 pesquisas relacionadas ao BSM. As outras apresentações da manhã focalizaram a hanseníase: Avaliação do efeito dos determinantes sociais na incidência, percentual de incapacidades físicas e desfechos do tratamento da hanseníase em uma coorte de 100 milhões de brasileiros, de Joilda Nery; e Estratégias para bloquear a transmissão da hanseníase em município hiperendêmico (Mossoró - RN), de Maurício Nobre.

Na parte da tarde do seminário, a mesa-redonda contou com as apresentações de Marcus Silva, Redes sociais e a capacidade de orientar políticas públicas em saúde; de Andressa Durans, Obtenção de uma nova proteína quimera para o uso em teste de diagnóstico sorológico rápido da infecção pelo trypanosoma cruzi na população humana em áreas endêmicas; e de Helena Medina Cruz, Avaliação do conhecimento sobre as hepatites virais e uso de fluido oral e sangue seco em papel de filtro (sspf) como metodologias para aumento ao acesso ao diagnóstico da hepatite B.

(*) Com informações do Campus Virtual Fiocruz

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