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21/07/2017

Fiocruz conclui projeto ‘Saúde silvestre e inclusão digital’

CCS e PIBSS


A equipe do Programa Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre (PIBSS) da Fiocruz realizou a última fase do projeto Saúde silvestre e inclusão digital: a participação comunitária no monitoramento da biodiversidade na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará, e nos municípios de Uruçuca, Ilhéus e Itacaré, no sul da Bahia. O objetivo desta etapa foi identificar tomadores de decisão locais para engajá-los na busca de caminhos para a melhoria da qualidade de vida e da saúde e para a conservação da biodiversidade.

Equipe multidisciplinar levou às comunidades locais a proposta de monitoramento da fauna silvestre com participação cidadã (Foto: André Telles)

 

O projeto identificou nos territórios estudados a percepção das pessoas sobre o risco da transmissão e emergência de zoonoses advindos da biodiversidade e os diversos fatores ambientais, sociais e conjunturais que favorecem a transmissão de doenças. A equipe levou às comunidades locais a proposta de monitoramento da fauna silvestre com participação cidadã, com a formação de colaboradores comunitários no uso do aplicativo SISS-Geo (Sistema de Informação em Saúde Silvestre). O treinamento permitirá a avaliação e melhoramento do app para uso em áreas vulneráveis e distantes.

Pará

Ao longo de 17 dias de trabalho, foram percorridos 2.195 km em embarcação pelos rios Tapajós e Arapiuns. Neste percurso foram realizadas 53 oficinas em 27 comunidades-polo ribeirinhas e indígenas, com a participação de cerca de 1500 pessoas. Os resultados do projeto foram compartilhados com especialistas, ONGs e instituições parceiras durante o seminário Biodiversidade e Saúde na Resex Tapajós-Arapiuns: desafios para a conservação e a qualidade de vida, realizado no auditório da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém. O encerramento do projeto na Resex Tapajós-Arapiuns aconteceu na sede do Centro Experimental da Floresta Ativa (Cefa), do projeto Saúde Alegria, na comunidade do Carão (PA), em 30 de junho.

Coordenadora do projeto, a bióloga Marcia Chame orientou os moradores sobre importância da conservação silvestre (Foto: Rita Braune)
 

Sul da Bahia

No sul da Bahia, foram realizadas oficinas e rodas de conversa com agentes da saúde indígena e agentes comunitários de saúde, que residem em comunidades tradicionais e quilombolas no entorno e no interior do Parque Estadual Serra do Conduru. Guardas-parque de unidades de conservação da região, profissionais de saúde, professores, líderes comunitários, estudantes de graduação e pós-graduação e agentes do Batalhão Florestal da Bahia discutiram a importância da saúde silvestre para a saúde humana em quatro cursos, com cerca de 200 participantes. O encerramento do projeto aconteceu com um sarau em Uruçuca, em 9 de julho.

Equipe visitou dezenas de comunidades ribeirinhas e indígenas ao longo de dois anos e meio de projeto (Foto: André Telles)
 

Reconhecimento

Três colaboradores do Pará e três da Bahia se destacaram com o maior número de registros de animais silvestres enviados pelo aplicativo SISS-Geo e foram premiados com um certificado de reconhecimento. Gerente do projeto no Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Alexandre Ferrazoli integrou a equipe na expedição do rio Arapiuns (PA).

“Durante dois anos e meio eu acompanhei com muito interesse este projeto e, no final, tive o prazer de fazer parte, por 14 dias, da 4º Expedição Arapiuns. Pude vivenciar a dedicação, o profissionalismo e o carinho com que esta equipe executou o projeto. Tive o orgulho de me sentir parte desta equipe, que me fez sentir a realidade mais de perto e aprender muito”, disse Ferrazoli.

A equipe multidisciplinar composta de biólogos, médicos veterinários, antropóloga, cientistas da computação, geógrafa, profissionais de comunicação, design e administração, executou o projeto durante dois anos e sete meses. A iniciativa recebeu, em maio deste ano, o Prêmio Nacional de Biodiversidade 2017.

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