17/01/2017
Gabriella Ponte e Isabela Pimentel (Bio-Manguinhos/Fiocruz) / AFN - Atualizada em 17/1/2018
Diante do aumento dos casos de febre amarela no país, o Ministério da Saúde tem reforçado a importância da vacinação contra febre amarela para a prevenção da doença e divulgado uma série de informações em seu site e redes sociais. A população tem procurado os postos de saúde em busca do imunizante, mas é importante que a vacinação seja feita obedecendo às suas indicações e contraindicações.
A Fiocruz é reconhecida internacionalmente como fabricante da vacina contra febre amarela (antiamarílica), atendendo anualmente às demandas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) (foto: Bernardo Portella)
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) é reconhecido internacionalmente como o maior fabricante da vacina contra febre amarela (antiamarílica), atendendo anualmente às demandas do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A unidade forneceu entre 2008 e 2017 um total de 170 milhões de doses para todo o território nacional. Só em 2017, foram 64 milhões de doses de vacina febre amarela enviadas ao Ministério da Saúde, um recorde, já que a média anterior anual era de 20 milhões. A vacina de febre amarela é pré-qualificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e já a exportou para 74 países desde 2001. Em 2016, foram enviadas 5.074.600 de doses para Suriname, Bahamas, Belize, Curaçao, Trinidad & Tobago, Nicarágua, Barbados, Argentina, Turks & Caicos, Venezuela, Antigua e Barbados. No ano passado, o Instituto forneceu 2,8 milhões de doses para Venezuela, Equador, Colômbia, Angola.
A demanda do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para 2018, acordada até o momento, é de 48,3 milhões de doses. Diante deste cenário, o Ministério da Saúde tem reforçado a importância da vacinação contra febre amarela para a prevenção da doença e divulgado uma série de informações em seu site e redes sociais, principalmente sobre o fracionamento em 72 cidades da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. O Ministério da Saúde informou que 19,7 milhões de pessoas destes municípios deverão ser vacinadas na campanha, sendo 15 milhões com a dose fracionada e outras 4,7 milhões com a dose padrão. A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva que será implementada em áreas selecionadas, durante período determinado de 15 dias. Diante das informações que vem sendo publicadas, é importante conhecer as principais dúvidas sobre febre amarela.
Vacina é o melhor remédio
Como a transmissão silvestre da febre amarela não é erradicável, porque envolve macacos (não sendo possível vacinar todos eles), a vacina continua sendo recomendada para moradores e visitantes de áreas onde foram notificados casos suspeitos da doença. Mas, um ponto importante é que a vacinação, devido aos eventos adversos associados, apesar de raros, não deve ser feita sem avaliação de cada caso pelo profissional de saúde. Dentre os eventos adversos mais comuns após aplicação da vacina estão febre, dor de cabeça e muscular, além de reações no local da aplicação.
Recomendações e contraindicações
Neste momento de surto, é preciso conhecer as recomendações e contraindicações da vacina, para evitar possíveis falhas na aplicação. No Brasil, nas áreas com recomendação de vacinação de rotina, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) orienta uma dose a partir dos nove meses de idade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda somente uma dose, e esta recomendação se aplica aos viajantes internacionais. Confira mais informações sobre a estratégia de fracionamento da vacina.
A vacina, que tem eficácia maior que 95%, é contraindicada para menores de 6 meses de idade e pessoas que estejam com doença febril aguda e tenham histórico de reações anafiláticas (alergia grave e imediata) ao ovo de galinha e gelatina. No caso das gestantes, a vacina somente deve ser administrada com orientação médica, avaliando o risco/benefício da vacinação.
Há indicações de que pessoas portadoras de doenças autoimunes, como lúpus eritematosos sistêmico, podem ter maior risco de eventos adversos graves após administração da vacina contra febre amarela. O seu uso nessa eventualidade somente deve ser realizado após avaliação de risco-benefício, a critério médico. Também há evidências de que pessoas com histórico de doença do timo, por exemplo, timoma, miastenia gravis, timectomia, ou doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico, têm risco aumentado de doença viscerotrópica associada à vacinação contra febre amarela.
Alguns estudos indicam que há risco aumentado de eventos adversos após a administração da vacina contra febre amarela em pessoas idosas. Deve-se avaliar o risco x benefício da vacinação contra febre amarela neste grupo etário. A vacina contra febre amarela não deve ser usada em pessoas submetidas a tratamento com corticosteróides, antimetabólitos, radiação ou a qualquer outra terapia imunossupressora.
Orientação ao viajante sobre áreas endêmicas
Os Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Saúde (MS) reforçam aos interessados em viajar para áreas com risco de ocorrência da febre amarela a importância de tomar a vacina contra a doença. Áreas de ecoturismo l e locais com matas e rios, onde o vírus e seus hospedeiros ocorrem naturalmente, são identificadas como áreas de risco.
A vacina contra a febre amarela é ofertada no calendário nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. De acordo com o Ministério da Saúde, pessoas que desejam viajar para áreas com recomendação de vacina devem se imunizar pelo menos 10 dias antes da viagem.
Para que você tenha uma ótima viagem no Brasil e no exterior, consulte dicas práticas e informações essenciais que vão ajudar a proteger a sua saúde e tornar suas férias mais agradáveis e tranquilas. Acesse o Portal do Viajante. Confira aqui a listagem da OMS dos países que requerem a vacinação obrigatória. A maior parte do território brasileiro é considerada área com recomendação para vacinação de rotina contra a doença. Confira mais informações sobre as áreas recomendadas no site do MS.
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