Agência Fiocruz de Notícias

A Fiocruz participou, na última terça-feira (8/10), do evento para apresentações e debates sobre aspectos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Agenda 2030 na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). O encontro, que buscou colocar em foco a atuação da Universidade na produção de conhecimentos necessários à resolução de problemas em diversas áreas da Agenda 2030, teve a participação do coordenador da Estratégia Fiocruz para Agenda 2030, Paulo Gadelha, e da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que foram apresentar as ações da Fiocruz para os ODS.

Em 2017, a presidência da Fiocruz instituiu a Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, que considerou a conjuntura e prospecção de futuro da instituição. A Estratégia incorporou o documento da Organização das Nações Unidas (ONU) ao desenvolvimento estratégico e ao programa de trabalho da Fiocruz em médio e longo prazos, com um entendimento que parte das quatro dimensões principais dos ODS, que são: ambiental, social, econômica e institucional.

No painel da manhã do encontro, Nísia chamou atenção para o Objetivo 1 da Agenda 2030. A erradicação da pobreza, de acordo com a presidente, continua sendo o maior desafio global, e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. Segundo Nísia, a Fiocruz, como instituição de ciência e tecnologia vinculada ao Ministério da Saúde, precisa pensar em ciência e tecnologia que faça diferença para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Articular as dimensões dos ODS, para a Fiocruz, não é somente algo constitutivo da missão da Fundação, mas dos projetos recentes da instituição, colocando sempre em destaque as relações entre desenvolvimento sustentável e saúde na perspectiva de promoção da equidade”, apontou.

Nísia, ao final de sua fala, colocou em pauta o esforço da Fiocruz em atrelar as agendas de saúde, ambiental e da juventude, sendo uma base importante para atuação. De acordo com a presidente, a Fiocruz tem hoje uma estratégia para a Agenda 2030 pensando também em questões ligadas à juventude. “É um desafio para as instituições universitárias e de pesquisa pensar nos jovens não só como participantes, mas refletir sobre como integrá-los no debate de uma forma propositiva e criativa”, concluiu.

Na parte da tarde, durante o segundo painel do evento, o coordenador da Estratégia Fiocruz para Agenda 2030, Paulo Gadelha, destacou a Agenda 2030 como a mais abrangente referência no período contemporâneo para a mobilização de valores, direcionamento de modelos de desenvolvimento inclusivos e sustentáveis e justiça social. “É um horizonte para a construção de perspectivas de médio e longo prazo. Mas, antes disso, precisa ser conhecida e reconhecida como instrumento político incorporado na agenda das instituições e movimentos sociais”, argumentou.

Para Gadelha, tornar a Agenda 2030 uma referência significa entendê-la como objeto de disputa de sentidos e formas diferenciadas de sua tradução em práticas. “Isso implica em constante diálogo crítico”, ressaltou o coordenador. “Ao mesmo tempo em que a Agenda 2030 e os ODS são valorizados com a construção de conhecimento e definição de políticas e instrumentos para sua implementação e monitoramento, deve-se produzir um esforço conceitual e programático para o desenvolvimento de agendas fundadas em nossos referenciais teóricos, visão de sociedade e país e empenho na obtenção de futuro desejável coerente com essa visão”, concluiu.

Agenda 2030

A Agenda 2030 é um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Ações da Fiocruz para a Agenda 2030

Estratégia Fiocruz para Agenda 2030: a Estratégia é tomada como referência para o processo de planejamento, definição de prioridades e estratégias políticas da Fiocruz. Ao conferir centralidade ao documento das Nações Unidas, seus objetivos e metas passam a permear o processo de planejamento, definição de prioridades e estratégias políticas da Presidência, das Unidades e dos órgãos colegiados da Fiocruz (Câmaras Técnicas, Conselho Deliberativo e Congresso Interno).

Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS): criado a partir de uma parceria entre a Fiocruz e o Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba (FCT), o OTSS é um espaço tecnopolítico de geração de conhecimento crítico, a partir do diálogo entre saber tradicional e científico, para o desenvolvimento de estratégias que promovam sustentabilidade, saúde e direitos para o bem viver das comunidades tradicionais em seus territórios.

Sistema de Informação em Saúde Silvestre (SISS-Geo): a plataforma computacional do Centro de Informação em Saúde Silvestre (Ciss/Fiocruz) objetiva gerar, a partir dos registros georreferenciadas informados pelos usuários, modelos de alerta de ocorrências de agravos na fauna silvestre, especialmente os com potencial de acometimento humano, e modelos de previsão de oportunidades ecológicas para emergência de doenças.

Plataforma Ágora: a plataforma objetiva discutir, disseminar e fomentar a adoção de ética do compartilhamento e participação cidadã na produção da Educação, Ciência e Tecnologia no Brasil.

Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde (Proadess): o Proadess tem como objetivo contribuir para o monitoramento e avaliação do sistema de saúde brasileiro, ao produzir subsídios para o planejamento de políticas, programas e ações de saúde para gestores de todas as esferas administrativas e disseminar informações sobre o desempenho do SUS nos seus distintos âmbitos.

Projeto Saúde Amanhã: é uma rede multidisciplinar de pesquisa que investiga e propõe caminhos para o país e o setor Saúde no horizonte dos próximos 20 anos. A prospecção de cenários futuros para a saúde pública brasileira integra os esforços da Fiocruz para consolidar e qualificar o SUS e garantir melhores condições de vida e saúde para a população brasileira.