Início do conteúdo

08/06/2016

IFF/Fiocruz debate violência contra crianças e adolescentes

Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)


Aconteceu em maio a 16ª edição do curso Violência contra Crianças e Adolescentes, a Intersetorialidade na Prevenção e no Atendimento. Coordenado pela pediatra do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Rachel Niskier, a iniciativa tem como objetivo capacitar profissionais e equipes de formação multiprofissional de saúde e de áreas afins para identificar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco para a violência.

No primeiro dia, a coordenadora do curso enfatizou a importância dos profissionais que participam dele. “O curso é anual e promovido pelo Núcleo de Apoio aos Profissionais que atendem crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos (NAP), do IFF/Fiocruz. É um curso que conta com profissionais da área voltados para um assunto extremamente importante, que são os tipos de violência em que os nossos pequenos e pequenas estão expostos diariamente”, disse Rachel Niskier. Também presente na abertura, o diretor do Centro de Estudos Olinto de Oliveira (CEOO/Fiocruz), Antonio Flávio Meirelles, destacou a importância do curso, cuja longa trajetória se deve à credibilidade alcançada junto a profissionais de saúde e áreas afins de inúmeras instituições. “São 16 anos de um curso com uma qualidade diferenciada, dentro do serviço”, declarou.

O curso, que durou quatro semanas, contou com diversas palestras sobre os vários tipos de violência, física, psicológica, sexual e negligência contra crianças e adolescentes, ministradas por especialistas de diversas áreas. “A ideia do curso surgiu da necessidade de se divulgar informações sobre a temática. O objetivo dessas 16 edições, que contam com uma média e 80 a 90 participantes por curso, é promover uma mudança de paradigma nas formas de convivência intrafamiliar, em que as pessoas passam a perceber fatos corriqueiros, como xingamentos, palmadas e tapinhas, como violência a criança e ao adolescente”, explicou Rachel Niskier.

A palestra que abriu o evento falou sobre Família, Poder e Violência, e foi ministrada pela pesquisadora do IFF/Fiocruz, Suely Deslandes. “A violência contra a criança e o adolescente acontece, geralmente, no âmbito das relações familiares. Por este motivo, a questão que sempre irá aparecer é: por que a família não conseguiu proteger a criança dessa violência?”, indagou Suely Deslandes.

A coordenadora do curso, Rachel Niskier, enfatizou também o fato de a violência ainda ser um tema considerado tabu. “Ainda há muita gente que acredita que precisa bater para educar, que palmada não tem problema. Mas nós sabemos que palmada dói e fica no imaginário da criança. A palmada e o tapa precisam ser evitados porque são violência, e nós partimos do princípio de que violência é violação do direito fundamental da criança e do adolescente de crescer e se desenvolver com dignidade e respeito”, finalizou.

Voltar ao topo Voltar