InfoGripe aponta manutenção de crescimento de SRAG em crianças e adolescentes

Publicado em
Regina Castro (AFN)
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O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira (7/3), chama a atenção para a manutenção da tendência de crescimento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes até 14 anos. O aumento atinge patamares de incidência moderada à alta em muitos estados da Região Norte, além de alguns estados do Centro-Oeste e em Sergipe. A análise mostra que a SRAG em crianças de até 2 anos está associada ao  vírus sincicial respiratório (VSR). Nas demais faixas etárias (de 2 a 14 anos) o estudo sinaliza que este quadro está relacionado ao rinovírus. A análise é referente à Semana  Epidemiológica 9, período de 23 de fevereiro e 1º de março.

 

No Sudeste, no Sul e na maioria dos estados do Nordeste, a incidência de casos de SRAG permanece baixa nas últimas duas semanas. Em relação aos casos de SRAG associados à Covid-19, o Boletim não indentificou nenhum estado com incidência alta. Quanto às recomendações, especialmente neste momento, após o Carnaval, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, orienta que diante de  sintomas de gripe ou resfriado, fique em casa em isolamento.

“Mas, se precisar sair, use uma boa máscara. Nesta época também é importante evitar visitar crianças pequenas sem uso de máscara, já que esse grupo é mais vulnerável a vários tipos de vírus de transmissão respiratória. E, claro, é fundamental que todos estejam em dia com a vacinação contra a Covid-19, especialmente os grupos mais vulneráveis, que precisam tomar doses de reforço periodicamente”.

No agregado nacional há um sinal de aumento nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). O cenário é atribuído principalmente ao aumento de ca-sos de SRAG entre crianças e adolescentes em muitos estados do país.

A Covid-19 continua sendo a principal responsável pelos casos e óbitos de SRAG entre os idosos nas últimas semanas. No entanto, os casos de SRAG associados à Covid-19 nessa faixa etária permanecem em níveis baixos ou moderados, sem sinal de crescimento na maior parte do país.

Estados

Nove das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Entre elas, sete também sinalizam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Distrito Federal, Goiás, Pará, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.

A manutenção do aumento de casos de SRAG, com incidências de moderada a alta em vários estados do Norte (Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e em alguns estados do Centro-Oeste e Nordeste (Distrito Federal, Goiás e Sergipe), é impulsionada pelo crescimento de casos entre crianças e adolescentes de até 14 anos.

Capitais

Na presente atualização, observa-se que 12 das 27 capitais apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Velho (RO), São Luís (MA) e Vitória (ES). Dentre essas capitais, nove também apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Goiânia (GO), Palmas (TO), Porto Velho (RO), São Luís (MA) e Vitoria (ES).

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 5,4% de influenza A, 1,6% de influenza B, 20,7% de vírus sincicial respiratório, 28,2% de rinovírus e 39,9% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de foi de 9% de influenza A, 2% de influenza B, 1,5% de vírus sincicial respiratório, 6% de rinovírus e 81,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).