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01/04/2007

Luís Rey

Militante do PC

Fernanda Marques


Rey chegara da Amazônia em março de 1948 e em outubro daquele ano já ia partir de novo, rumo à École National de Santé Publique. Os pais respeitaram a decisão. “Eles sabiam que eu tinha a cabeça no lugar. A única coisa que os preocupava um pouco era a minha ideologia”, conta Rey, membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) por 12 anos.

Para explicar o início de sua militância no PCB, Rey comenta o desfecho da Segunda Guerra Mundial. “Americanos e ingleses entraram no conflito quando ele já estava quase definido. Eles queriam tomar conta do mercado mundial e esperavam que alemães e russos se destruíssem reciprocamente. Na verdade, foram os soviéticos que decidiram a guerra, ao acabarem com o exército alemão. O avanço russo foi a nossa felicidade”, diz. “A situação mundial forçou, no Brasil, a legalização do PCB e a libertação de Luís Carlos Prestes, que falou em um grande comício no Pacaembu”, lembra. Rey não só compareceu ao comício como ajudou a organizá-lo. Logo depois ingressou na célula do partido que atuava no Hospital das Clínicas da USP. “Saí do PCB quando ele deixou de ser revolucionário”, explica.

Militante do PCB, Rey aproveitou Paris ao máximo. Ao lado dos comunistas, desfilou da Bastilha à Concórdia pedindo a paz no Vietnã. “Foi um dos pontos altos da minha vida”, destaca ele, que viajava muito pela Europa e tinha uma vida cultural intensa.

Caricatura: Leônidas Deane / Arquivo Pessoal.

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