Início do conteúdo

01/04/2007

Luís Rey

Os Atos Institucionais

Fernanda Marques


Após o golpe militar de 1964, as bandeiras científicas foram consideradas subversivas. Rey, junto com outros professores da USP, foi demitido pelo Ato Institucional n°1. “Nossos cargos eram cobiçados e muita gente queria fazer média com os militares”, retruca. O processo foi parar na Justiça Militar e o promotor solicitou a prisão preventiva dos indiciados.

Rey, então, foi para Venezuela e hospedou-se na casa de um ex-aluno. Pouco depois, ele e a família seguiram para o México, onde atuaria na Escuela de Ciencias Biológicas do Instituto Politécnico Nacional. Rey chegou a organizar uma bandeira científica com os alunos do México. “Teria ficado o resto da vida, se não fossem os colegas do Brasil insistindo para eu retornar”, confessa.

Rey exibe sua tese de doutorado, publicada em 1956. Foto: Ana Limp.

Em 1968, regressou para a Faculdade de Higiene e Saúde Pública da USP, mas, no ano seguinte, foi novamente demitido, com base no Ato Institucional n°5. “O ministro da Justiça havia sido reitor da USP e queria para si o controle da universidade. Nessa confusão, fui mandado embora de novo. Os alunos gostavam muito da gente, mas os reacionários não”, afirma.

O médico, então, prestava consultorias e dedicava-se ao livro de parasitologia, até que um colega também demitido da USP foi preso. Ao saber que a polícia também planejava pegá-lo, Rey fugiu para Paris, onde foi recebido por outro ex-professor da universidade.

Voltar ao topo Voltar