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25/01/2018

Inaugurada nova linha de produção da vacina de febre amarela

Bio-Manguinhos/Fiocruz e Agência Saúde (Ministério da Saúde)


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, inaugurou em 25 de janeiro a linha final de produção da vacina de febre amarela na unidade da Libbs Farmacêutica, em São Paulo. Representando a Fiocruz, estavam o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação, Marco Aurelio Krieger e o vice-diretor de Produção de Bio-Manguinhos, Luiz Alberto Lima. A medida faz parte de uma estratégia de Bio-Manguinhos para aumentar a capacidade produtiva a curto prazo.

O processamento final consiste na preparação do produto, envase, liofilização e embalagem das doses. Vale destacar que a preparação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) continuará sendo realizado somente no Laboratório de Febre Amarela (Lafam), em Bio-Manguinhos. Essa parceria contribuirá para o atendimento da demanda total prevista pelo ministério de 48 milhões de doses para este ano, sendo 35 milhões em conjunto com a Libbs. “Hoje temos um estoque suficiente para imunizar toda a população brasileira que ainda não tomou a vacina", destacou o ministro Ricardo Barros.

Luis Lima explicou que diante da evidência de uma situação crítica no estoque estratégico de vacinas de febre amarela da Organização Mundial de Saúde (OMS), Bio-Manguinhos estudou, ainda em 2016, possibilidades para incrementar a capacidade de produção da vacina. “Uma parceria com a farmacêutica Libbs foi identificada como a melhor alternativa, uma vez que o laboratório privado reunia todas as condições técnico-operacionais necessárias para realizar a etapa de processamento final da vacina”. A expectativa é de que até o início de junho seja iniciado o fornecimento ao Ministério da Saúde da vacina processada na fábrica da Libbs.

Bio-Manguinhos segue trabalhando para firmar parcerias para o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde, que está sendo construído em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O empreendimento continua sendo a alternativa de médio prazo para ampliação da capacidade e atendimento das demandas atuais e futuras para a vacina de febre amarela e outras vacinas.

No ano passado, o Ministério da Saúde adquiriu 64 milhões de doses da vacina de febre amarela de Bio-Manguinhos para distribuição a todos os estados do país e imunização da população. A pasta possui estoque estratégico como medida de segurança. Desde janeiro de 2017 até o momento, foram encaminhadas 57,4 milhões de doses da vacina a todos os estados.
 
Campanha

Nesta quinta-feira (25/1) começou a campanha para vacinação contra febre amarela em municípios dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em que está sendo adotada a dose fracionada. Ao todo, 23,8 milhões de pessoas deverão ser vacinadas nos 77 municípios que adotarão a estratégia de fracionamento. No estado de São Paulo, a expectativa é vacinar cerca de 10,3 milhões de pessoas, e no Rio de Janeiro um total de 10 milhões. A Bahia terá público-alvo de 3,3 milhões de pessoas.

Para auxiliar os estados e municípios na vacinação, o Ministério da Saúde destinou R$ 54 milhões para serem utilizados na estruturação das campanhas. Desse total, já foram enviados R$ 15,8 milhões para São Paulo e R$ 30 milhões para Rio de Janeiro. Está em trâmite a portaria que autorizará o repasse no valor de R$ 8,2 milhões para o estado da Bahia.

A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela OMS quando há aumento de epizootias (morte de macacos) e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional. A dose fracionada tem apresentado a mesma proteção que a dose padrão. Estudos de Bio-Manguinhos em andamento já demonstraram proteção por pelo menos oito anos e o Instituto continuará a avaliar após esse período.
 
Casos

O Ministério da Saúde atualizou, nesta terça-feira (23), as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação da febre amarela no país. No período de monitoramento (de 1º de julho/2017 a 23 de janeiro de 2018), foram confirmados 130 casos de febre amarela no país, sendo que 53 vieram a óbito. Ao todo, foram notificados 601 casos suspeitos, sendo que 162 permanecem em investigação e 309 foram descartados, neste período.

No ano passado, de julho de 2016 até 23 janeiro de 2017, eram 381 casos confirmados e 127 óbitos confirmados. Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1º de julho a 30 de junho de cada ano.

O Ministério da Saúde, de 2017 até o momento, encaminhou às Unidades da Federação aproximadamente 57,4 milhões de doses da vacina. Para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia foram enviados cerca de 48,4 milhões de doses da vacina febre amarela, com objetivo de intensificar as estratégias de vacinação de forma seletiva, sendo 18,3 milhões (SP), 10,7 milhões (MG), 12 milhões (RJ), 3,7 milhões (ES) e 3,7 milhões (BA).

É importante informar que a febre amarela é transmitida por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942, e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão. 

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