21/09/2018
A Fiocruz Pernambuco sediou (20 e 21/9) o quarto dos dez Encontros Regionais Preparatórios para o 8º Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (8º SNCTAF), que acontecerá nos dias 10 e 11 de dezembro, na Fiocruz, no Rio de Janeiro e para a 16ª Conferência Nacional de Saúde, marcada para o próximo ano, em Brasília. O objetivo foi debater sobre ciência e tecnologia; assistência farmacêutica e atenção à saúde das pessoas com patologia, visando qualificar a atuação e a intervenção dos participantes sobre a organização do acesso da população aos medicamentos e as novas tecnologias em saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Os encontros são uma promoção do Conselho Nacional de Saúde (CNS) em parceria com a Fiocruz e com a Escola Nacional dos Farmacêuticos.
Com a presença de membros do controle social, representantes de conselhos regionais e de sindicatos, ativistas sociais, acadêmicos, usuários, trabalhadores e gestores do SUS, o evento foi aberto por uma mesa composta por oito representantes de instituições. Entre eles, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Aurélio Krieger, que ressaltou o fato dessa ação ser uma construção de propostas feitas por técnicos e por representantes da sociedade.
Essas proposições serão incorporadas as sugestões já elaboradas nos encontros anteriores, ocorridos nas unidades da Fiocruz no Amazonas, no Paraná e na Bahia. “Não é só pensar no atendimento (do usuário) na ponta. É preciso também investir em ciência e tecnologia, na produção de conhecimento e na sua transferência para a sociedade”, afirmou Krieger. O diretor da Fiocruz Pernambuco, Sinval Brandão Filho, lembrou aos participantes a necessidade de estarem atentos ao fortalecimento do SUS, diante dos ataques que o sistema vem sofrendo nos últimos dois anos.
Impossibilitado de comparecer, o presidente do CNS, Ronald Ferreira, enviou um vídeo no qual falou da importância dos encontros para mobilizar usuários, trabalhadores, gestores e a academia para conseguir garantir que o acesso à ciência e tecnologia, aos insumos, fortaleça a saúde como direito. A conselheira nacional Altamira Simões foi outra a evidenciar a relevância desse trabalho, pois ele se dá “num momento de violação do SUS”, que teve os investimentos na saúde limitados pela Emenda Constitucional 95, por 20 anos. “Esses encontros servem para reflexões além da saúde, que não deve ser pensada só como bem-estar físico. É preciso refletir sem medo e sem receio. Falar a partir do seu lugar e de sua resistência”, frisou a representante da Rede Lai Lai Apejo no CNS.
Também estavam na mesa de abertura o primeiro vice-presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Fábio José Basílio; a vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Bernadete Perez; o consultor da Organização Pan-Americana da Saúde, André Ulisses; Amanda Figueiredo, da Secretaria de Saúde de Pernambuco e o gerente-geral de assistência farmacêutica do Recife, João Maurício de Almeida.
Ainda compôs a mesa, a coordenadora geral da Escola Nacional dos Farmacêuticos, Silvana Leite. Ela foi umas das convidadas a palestrar sobre O panorama atual da assistência farmacêutica e ciência e tecnologia no Brasil – Por que discutir esses temas no controle social?. Outros a falarem sobre a questão foram o chefe do Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Jorge Bermudez, e a coordenadora de projetos da Escola Nacional dos Farmacêuticos, Fernanda Manzini.
O próximo encontro regional ocorrerá nos dias 27 e 28 de setembro, na Fiocruz Minas. Em seguida, o evento chegará as cidades de Fortaleza, Rio de Janeiro, Brasília e Belém.
