25/09/2019
Julia Dias (Agência Fiocruz de Notícias)
Doze agências multilaterais lançaram nesta terça-feira (24) um plano conjunto para apoiar governos a acelerar o cumprimento das metas de saúde dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) durante os próximos 10 anos. O plano foi lançado em um evento na sede da ONU, em Nova York, durante a 74ª Assembleia Geral da ONU, com presença das Primeiras Ministras da Alemanha, Angela Merkel, e da Noruega, Erna Solberg, do Presidente de Gana, Nana Akufo-Addo e dos diretores das doze agências.
Desenvolvido nos últimos 18 meses, com a colaboração da Fiocruz, o Plano de Ação Global para Vidas Saudáveis e Bem-Estar para Todos parte do reconhecimento que, no ritmo atual, as metas da Agenda 2030 para a saúde, presentes no ODS 3, não serão cumpridas.
“O plano é chamado Colaboração mais forte, Saúde melhor por uma razão,” disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Ainda que a colaboração seja o caminho, o impacto é nosso destino. O lançamento deste plano é o começo, não o fim, deste caminho”.
O documento é composto por sete temas aceleradores, que representam desafios e recomendações comuns. São eles: Atenção Primária; Financiamento Sustentável para Saúde; Engajamento comunitário e da Sociedade Civil; Determinantes da Saúde; Programação inovadora em ambientes frágeis e vulneráveis e para respostas a epidemias de doenças; Pesquisa e desenvolvimento, inovação e acesso; e Dados e saúde digital.
“Este plano cumpre um papel muito importante para reforçar os compromissos entre os países e todas as agências internacionais que participaram de sua elaboração”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que participou do processo de elaboração do documento como membro do grupo assessor do acelerador sobre Pesquisa, desenvolvimento, inovação e acesso.
“Buscamos dar uma contribuição chamando atenção para o papel da ciência e tecnologia no alcance dos ODS, não só ODS 3, que é o nosso objetivo central, mas todos os relacionados. No caso do ODS 3, chamamos atenção para a assimetria de inovação entre os países e a importância de ter um olhar para essas desigualdades entre as regiões e entre as nações para não deixar ninguém para trás. Além disso, precisamos estimular a preservação de conquistas, como é o Sistema Único de Saúde [SUS] no Brasil, com seu componente de inovação e de produção pública de insumos da saúde visando o acesso da população”, explicou Nísia
Juntas, as doze agências responsáveis pela elaboração do plano contribuem com cerca de um terço de toda a assistência global em saúde. Coordenadas pela OMS, elas desenvolveram o plano em resposta a um pedido da Alemanha, Gana e Noruega, com apoio do Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, para uma colaboração e coordenação mais efetiva entre organizações ligadas à saúde para atingir os objetivos da Agenda 2030.
Através do documento, elas reafirmam seu compromisso em auxiliar governos a identificar prioridades, planejar estratégias e implementar ações. Além disso, as agências buscam alinhar suas estratégias operacionais para aumentar a eficiência de seu financiamento e reduzir o peso para os países e se comprometem a auxiliar nos processos a avaliação dos resultados.
As doze agências responsáveis pelo plano são: a Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi), Onu Mulheres, Banco Mundial, Programa Mundial da Alimentos (PMA), Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), Fundo das Nações Unidas para Populações (Unfpa), Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), Global Financing Facility (GFF), Global Fund, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Unitaid e OMS.
Acesse o Plano na íntegra (em inglês).