01/06/2020
O serviço de atendimento para triagem e orientação de pessoas com sintomas suspeitos de Covid-19, Tele Coronavírus, completou 60 dias de funcionamento (24/5). A plataforma, que funciona de forma gratuita através do número 155, realizou, nesses dois meses, mais de 43 mil atendimentos, colocando a população em contato direto com voluntários da área médica.
O serviço vem apresentando demanda crescente no número de ligações. Na penúltima semana, dobrou o número de atendimentos diários comparado a primeira semana, realizando, em média, 1.200 atendimentos por dia. As principais queixas dos usuários tem sido tosse, febre e falta de ar. A pesquisadora da Fiocruz Bahia e médica, Viviane Boaventura, que faz parte da coordenação do serviço, chama atenção para uma outra queixa frequente dos pacientes e que está relacionada a infecção pelo Sars-CoV-2: a alteração súbita do olfato e paladar.
A pesquisadora afirma que o serviço está alcançando o objetivo esperado considerando o volume de atendimentos e que cerca de 60% das pessoas não precisam deslocar-se para unidade de saúde, evitando disseminação da doença. “O serviço também está contribuindo para a formação da cultura do voluntariado entre os estudantes, com oportunidade de prestar uma assistência solidária e humana num momento tão difícil vivido por toda a sociedade”, observa Viviane.
Idealizado por pesquisadores e professores da Fiocruz Bahia e Universidade Federal da Bahia (UFBA), com apoio do Governo do Estado, o Tele Coronavírus abrange toda a Bahia. Desde o lançamento, outras iniciativas similares ao 155 foram criadas inspiradas no serviço e com o apoio da equipe idealizadora, a exemplo da rede de apoio a profissionais de saúde mental – Rede Escuta Saúde, que atende profissionais da área de saúde envolvidos no enfrentamento da epidemia (número de WhatsApp – 99907-3898), e uma rede de teleatendimento na Unicamp (São Paulo).
Os autores da formulação do projeto disponibilizaram o Plano de Implementação do Tele Coronavírus, caso instituições de outros estados queiram implementar em suas regiões. O documento está disponível no Repositório Institucional da Fiocruz – Arca.
Além de Viviane Boaventura, fazem parte da implementação/coordenação do projeto os pesquisadores da Fiocruz Bahia Manoel Barral Netto, Roberto Carreiro, Ricardo Khouri e Pablo Ivan Ramos; os alunos de pós-graduação Thiago Cerqueira Silva e Felipe Torres; os professores de outras instituições Victor Nunes e Camila Vasconcelos (FMB-UFBA), Bernardo Canedo e Sofia Andrade (Uneb); Daniele Canedo (UFRB); e o médico residente Louran Passos.
Há ainda um grupo responsável pela construção e atualização da ferramenta técnica utilizada pelos alunos para orientações dos pacientes, formado, além de Viviane Boaventura, por Carolina Barbosa (Pro-Ar_UFBA), Álvaro Cruz (UFBA), Aurea Paste (UFBA), Jedson Nascimento (Cerem, Hospital Santa Izabel e Cremeb), Marília Santini (INI/Fiocruz) e Ivan Paiva (Samu).
O projeto conta com a colaboração de professores e alunos de escolas médicas das seguintes instituições: Universidade Federal da Bahia (UFBA), Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Unifacs, Uni-FTC e Unime.
O Tele Coronavírus conta ainda com o apoio da Associação Bahiana de Medicina, Comissão Estadual de Médicos Residentes e da Fesf Tech. As secretarias estaduais envolvidas são a Secretaria de Saúde (Sesab), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Planejamento (Seplan), de Segurança Pública (SSP), da Administração (Saeb), da Infraestrutura (Seinfra) e Secretaria de Comunicação (Secom).