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14/01/2022

G-Stic debate CT&I no desenvolvimento e na transformação social

Daiane Batista e Eliane Bardanachvili (CEE/Fiocruz)


Ciência, tecnologia e inovação para criar resiliência, recuperar o planeta dos impactos da Covid-19 e prepará-lo para enfrentar futuras crises de saúde, inclusive as decorrentes dos problemas ambientais. Esse é o foco da Conferência Global de Tecnologia Sustentável e Inovação G-Stic (Global Sustainable Technology and Inovation Conference), referência internacional no debate que relaciona CT&I e a Agenda 2030, que se realiza em Dubai, de 17 a 19 de janeiro. Desde a edição de 2019, a Fiocruz participa, por meio da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, como coorganizadora do evento a convite do G-Stic, ao lado de outras instituições de pesquisa internacionais.

Na edição de 2022, a Fundação ficou responsável por organizar a sessão sobre Saúde com mesas que abordarão temas como soluções tecnológicas para enfrentar crises de saúde e seus impactos; papel das tecnologias ambientais e sociais para aumentar a resiliência a crises globais de saúde; vacinas e tecnologias de diagnóstico; e ferramentas para enfrentamento de desafios sanitários, reunindo pesquisadores da instituição e de outros organismos e países.

“Temos a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) como central, hoje, para se pensar qualquer processo no campo de desenvolvimento e transformação social. Mas a CT&I não entrou de forma explícita na Agenda 2030”, analisa Paulo Gadelha, ex-presidente da Fiocruz e coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, à frente da organização da sessão sobre Saúde no G-Stic. “Foi no momento em que se começou a discutir os mecanismos de implementação da Agenda, que o Brasil propôs junto com outros países que CT&I fosse considerada como fundamental para atingirmos os ODSs”.

Essa iniciativa, relata Paulo, resultou no procedimento denominado Technological Facility Mechanism (TFM), que aborda a tecnologia sob o olhar da sustentabilidade, no que diz respeito a acessibilidade e a uma articulação entre objetivos sociais, econômicos e ambientais. “A inovação, por mais relevante que seja, não tem a priori um direcionamento ético, social e ambiental, necessariamente voltando-se para bens públicos ou para os objetivos configurados na Agenda 2030. Então, é preciso mecanismos para que a CT&I se dirija para as finalidades do campo da sustentabilidade”, explica o ex-presidente da Fiocruz. “O G-Stic passou a trabalhar nesse referencial, com destaque a tecnologias mais maduras, isto é, que já estão no mercado ou prestes a chegar”.

Paulo Gadelha explica que a atuação da Fiocruz como coorganizadora da Conferência, inicialmente, elaborando eixos temáticas sobre Saúde, resultou em reconhecimento e protagonismo para a área e também para a Fundação. “A Fiocruz pôde se revelar para esse novo campo de articulação de forma plena, naquilo que traz em caráter exemplar: as relações entre CT&I, desenvolvimento e área social, que é nossa matriz e o que dá sentido à trajetória da instituição”, observa.

A sessão de Saúde do G-Stic 2022 mantém a estrutura das edições anteriores e compõe-se de uma plenária, presidida por Paulo Gadelha, que discutirá a incorporação de tecnologias de saúde no contexto da Agenda 2030 e do combate à pandemia de Covid-19, e por três sessões de aprofundamento (deep dive) em tecnologias de saúde.  “A entrada da saúde na Conferência é muito relevante, referência para se pensarem as conexões com o desenvolvimento e a tecnologia”, considera Paulo Gadelha.

Conforme explica, a plenária abrangerá as discussões em curso sobre o enfrentamento daCovid-19 e sobre como direcionar a pesquisa nesse cenário. Entre as sessões de aprofundamento, Paulo destaca a que terá como tema os roadmaps – ferramentas que definem caminhos a serem seguidos e um conjunto de tarefas ordenadas cronologicamente a serem realizadas para a concretização de um projeto – no controle e prevenção de futuras epidemias. “Além de fazer análises, é preciso configurar roteiros de processos, definindo-se o que se quer atingir, em toda sua complexidade, com monitoramento, indicadores”, analisa.

Para o coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE/Fiocruz), Carlos Gadelha, o G-Stic é um espaço para se pensar a articulação entre inovação, sistemas universais de bem-estar e um novo padrão de desenvolvimento nacional, “marcas essenciais do CEE, em um contexto global que requer colocar tecnologia e inovação a serviço da vida”, conforme define. “Isso reflete a perspectiva de ação estratégica integrada entre a dimensão nacional e a global do desenvolvimento”, analisa Carlos Gadelha, que participará do G-Stic, em 18 de janeiro, na mesa Vacinas e tecnologias de diagnóstico em respostas a crises de saúde, moderada por Maurício Zuma, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). “Na Fiocruz, esse caminho representa uma elevada convergência entre a visão estratégica desenvolvida no CEE, a Agenda 2030 e as recentes orientações estratégicas do Congresso Interno da Fiocruz”, destaca.

Além da sessão sobre Saúde, outras nove sessões temáticas compõem o programa do G-STIC, relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs): Clima, Educação, Energia, Alimentos, Oceanos, Água, Economia Circular, Tecnologia da Informação e Comunicação, e Juventude.

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