05/11/2024
Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)
Toda produção da AFN tem sido reproduzida em sites diversos, Brasil afora. E mesmo fora do país já foram publicados textos originários da AFN. A relação com a imprensa profissional tem sido em geral positiva. Houve duas frutíferas parcerias, em meados dos anos 2000. Naquele período, jornalistas da Coordenação de Comunicação Social (CCS/Fiocruz) produziam textos que eram publicados em primeira mão pelo Jornal do Brasil e logo depois postados na AFN. Uma colaboração do tipo foi firmada também com o site da revista Ciência Hoje, que publicava notícias sobre pesquisas da Fiocruz, indicadas pela CCS.
Na área de livros, didáticos e paradidáticos, as citações à AFN têm sido feitas de maneira frequente. Ao longo dos anos, a AFN se tornou uma fonte recorrente em citações de obras do tipo. Muitos foram os autores que, ao escrever seus livros, pediram autorização da CCS para usar trechos de conteúdos publicados na Agência. Reportagens, entrevistas e outros textos foram editados em livros de biologia, de química, de enfermagem, entre outros temas, sempre com a necessária citação da fonte. Um deles foi Interação Biologia – 1º ano, de Gabriel de Moura Silva, Samuel Molina Schorr, Sandra Fagionato e Maurício Pietrocola, que teve 11 mil exemplares. O texto da AFN aproveitado no livro trata de testes genéticos e câncer de mama.
Até o Enem apresentou uma questão que citava a AFN. Foi em 2022, quando a questão 132 da prova azul do segundo dia do Enem usou trecho de uma notícia sobre o Método Wolbacchia. A questão tinha o seguinte enunciado: “Essa tecnologia utilizada no combate à dengue consiste na: A) predação do vírus pela bactéria; B) esterilização de mosquitos infectados; C) alteração no genótipo do mosquito pela bactéria; D) competição do vírus e da bactéria no hospedeiro; E) inserção de material genético do vírus na bactéria”. A resposta certa é a opção D.
Jornalistas de todo o Brasil atestam a relevância da AFN, considerada por eles uma fonte segura e confiável de informação de qualidade e um farol no jornalismo de ciência e saúde. Segundo estes profissionais, as consultas à Agência, em uma relação que foi amplificada na pandemia, renderam incontáveis reportagens para emissoras de TV e rádio, jornais, revistas e sites.
A comentarista e articulista Flavia Oliveira, da Globonews e do Globo, diz que a relação dela com a AFN se intensificou muito a partir da pandemia. “Eu diria que a quantidade, o volume, a precisão e o didatismo das informações compartilhadas em relação às preocupações que a gente devia ter, a forma como informar ao espectador, leitor, para o leigo foram absolutamente fundamentais. Saúde e ciência não são áreas simples de abordar, especialmente para quem faz jornalismo de massa, para um público diverso. A Agência Fiocruz de Notícias conseguiu dar conta com muita eficiência e, repito, didatismo em oferecer informação qualificada em um momento chave da sociedade brasileira. E assim continua, vários alertas têm surgido a partir desse trabalho: a relevância da vacinação, as estatísticas de todo território nacional. Então a gente consegue capturar características das populações. É, de fato, uma produção de informação, a partir de um órgão primário da saúde, absolutamente relevante para quem tem essa missão de ser formador de opinião de uma sociedade diversa”.
O jornalista Vinícius Lisboa, coordenador da sucursal da Agência Brasil no Rio, afirma que “a AFN está nos favoritos do meu navegador, com certeza. Antes, como repórter de saúde, e agora como coordenador de pauta, é indispensável olhar todos os dias o que a Fiocruz está atualizando e divulgando porque a Fundação é, sem dúvidas, uma das principais fontes de pesquisa e de saúde do país. É, principalmente, uma fonte que traz um viés pró-SUS, pró-saúde coletiva e pró-sociedade. Para nós, enquanto comunicação pública, é muito importante trazer o olhar que a Fiocruz produz todos os dias. Posso dizer, com certeza, que a AFN fez muita diferença na nossa cobertura da pandemia de Covid-19, em um momento em que o Ministério da Saúde não estava assumindo um papel de autoridade sanitária que ele tanto precisa assumir - principalmente em uma situação como aquela. E, naquele caso, a Fiocruz foi a grande referência com todas suas pesquisas, recomendações e com toda a prontidão com que ofereceu informações à sociedade. Foi um momento de estreitamento de laços, de prestar mais atenção ao conteúdo da AFN. De lá para cá, mantemos a AFN sempre no radar, porque ela contribui com uma série de pautas relevantes para a sociedade, com uma série de análises que trazem recortes raciais, de gênero e de classe social e principalmente pautas que reforçam a importância do SUS e fazem o SUS avançar, o que também é muito importante”.
Segundo o editor-chefe do Jornal das Dez da GloboNews e chefe de reportagem do canal na época da pandemia , Eduardo Compan, “diante do volume alarmante de desinformação, especialmente sobre vacinas e doenças, é fundamental contar com a Fiocruz como referência para entrevistas e reportagens. E a Agência Fiocruz de Notícias desempenha um papel crucial na elaboração de pautas com pesquisas científicas e dados confiáveis. É uma fonte segura para nós, jornalistas, e ganhou protagonismo na pandemia de Covid-19, quando os esclarecimentos sobre o vírus e as medidas de prevenção nos permitiram manter a sociedade informada e orientada, colaborando diretamente para a construção de um senso coletivo de responsabilidade e, principalmente, salvando vidas”.
“A Fiocruz é uma fonte muito importante para diversos assuntos que cobrimos, por isso, ter um portal de notícias que reúne os estudos e principais acontecimentos ligados à instituição é muito útil. Para mim, foi e é uma ferramenta bastante utilizada, especialmente em coberturas de questões indígenas e de meio ambiente em geral”, afirma o repórter de O Globo Lucas Altino. Ele diz ainda que “na Agência consigo acessar informações de forma organizada e clara, o que facilita a rotina de trabalho - além de, muitas vezes, pautar o dia. Na pandemia também foi decisivo ter essa ferramenta, em particular as notícias do Boletim InfoGripe e sobre vacinas”.
Para o âncora Richard Stoltzenburg, da TV Correio da Manhã, que cobre cinco cidades do Estado do Rio de Janeiro, ”o trabalho que a Agência faz é extremamente importante, porque é uma instituição de saúde e que trata também de diversos temas importantes - inclusive a gente tem aqui na nossa rotina a divulgação do Boletim InfoGripe, que é divulgado semanalmente. Nossa equipe conversou algumas vezes com o Marcelo Gomes, que era o coordenador, e hoje acompanhamos todas as análises também da atual coordenadora, Tatiana Portella. Fora isso, a gente fizemos entrevistas diversas vezes com outros profissionais, como aa equipe que faz o Observa Infância, além de divulgar estudos importantes que mostram a realidade e a necessidade de investimentos e ações para promoção e qualidade da saúde”.
O coordenador de produção da Band Rio, Iago Moreira, ressalta que começou a consumir conteúdo da Agência Fiocruz em 2017, quando entrou na emissora. “Sempre gostei de sugerir pautas sobre pesquisas e estudos científicos em geral. Nesse cenário, ler diariamente as atualizações da AFN sempre fez parte da minha rotina. A relação aumentou em 2020, durante a pandemia, já que a atuação da instituição - que é referência no país e no mundo - ficou ainda mais em evidência. Os especialistas da Fiocruz colaboraram com muitas pautas que produzimos e as atualizações publicadas pela AFN por meio de boletins ajudou a manter a redação atualizada. O envio das atualizações da Agência pelo WhatsApp ajudou a receber a notícia com mais velocidade. As pautas da Fiocruz sempre ganham destaque nacional. Posso citar como exemplo uma pauta sobre novos tratamentos para a esquistossomose. A pauta surgiu depois de uma publicação da AFN e foi exibida em diversos telejornais da casa”.
O chefe de reportagem da Rádio BandNews FM Rio de Janeiro, Gustavo Sleman, comenta que a relação dele com a Fiocruz, e com a AFN, “aumentou bastante durante a cobertura da pandemia. Eu era uma das poucas pessoas que ainda estava presencialmente na redação. E a Fiocruz, com todo o seu papel fundamental - não só nesse caso, como também em outros episódios no Brasil e no mundo -, mais uma vez mostrou sua importância para a saúde e as pesquisas científicas. Tenho uma lembrança muito forte de quando começaram a surgir as notícias da AFN sobre a parceria com AstraZeneca e Oxford, e também da produção do IFA. Uma das minhas lembranças principais dessa época, e me vem à lembrança um misto de sensações e sentimentos, foi uma cerimônia/agenda na própria Fiocruz, para a divulgação de quando começaria a produção nacional da vacina. Foi um sopro de esperança em meio à pandemia e a tantas tragédias”.
Leitor da AFN, o analista de Gestão em Saúde Alex Príncipe, mestre em Saúde Pública, destaca a relevância do site para a comunicação na instituição. “Vinte anos da nossa querida AFN. Sou servidor da Fiocruz desde 2002 e usuário assíduo da AFN, que é um ambiente que apresenta à sociedade informações com base em evidências científicas e os resultados da Fiocruz, do SUS e da saúde global. Destaco o enfrentamento da Covid-19, no qual a AFN desempenhou um importante papel, com informação qualificada que esclareceu os brasileiros. É muito importante para a sociedade e a imprensa e igualmente fundamental para a comunicação interna da Fiocruz. É muito comum consultarmos a AFN para a elaboração de relatórios e briefings institucionais e balanços de gestão, porque nela encontramos um conjunto de informações que provavelmente não encontraremos em outro local de maneira tão organizada e estruturada. É possível, pela busca da AFN, encontrar conteúdos sobre vigilância, educação, pesquisa, controle de qualidade, patrimônio, enfim, todos os macroprocessos da Fiocruz. É um repositório muito importante de informações da Fundação que inclusive podem apoiar a tomada de decisão por parte dos gestores. Parabéns à AFN por sua contribuição à ciência e à saúde pública e por ser a memória das informações sobre a Fiocruz”.