05/11/2024
Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)
O lançamento da Agência Fiocruz de Notícias, em 2004, reafirmou os compromissos da Fiocruz com o controle social, a transparência e a prestação de contas dos recursos aplicados na instituição. A AFN veio com o firme propósito de divulgar as muitas e diversificadas contribuições que a Fundação e seus trabalhadores dão ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à sociedade. Toda essa diversidade é vista na AFN, com conteúdos que vão da visita de Albert Einstein ao Brasil à passagem do líder do MST João Pedro Stedile pelo campus da Fundação, da cocaína encontrada em tubarões a óperas, passando, claro, por muitos textos sobre pesquisas, vacinas, medicamentos e avanços tecnológicos.
As publicações científicas da Fiocruz estão sempre marcando presença na AFN, com textos sobre seus lançamentos e resumos dos conteúdos. Assim como as atualizações semanais do Boletim InfoGripe, avidamente aguardadas por jornalistas, na pandemia, por trazerem uma análise detalhada da situação da Covid-19 em todo o Brasil. O Boletim, que traz uma detalhada avaliação dos vírus respiratórios em cada unidade da Federação, continua a ser muito acessado por jornalistas.
Dentro do rico universo da AFN, com centenas de conteúdos publicados a cada ano, junto aos que se destacam por seu ineditismo ou pelo avanço que representam para a saúde e a ciência existem aqueles que chamam a atenção pela surpresa que provocam. Em julho de 2024, uma pesquisa detectou, pela primeira vez no mundo, a contaminação de tubarões por cocaína e seu metabólito, a benzoilecgonia. O estudo mostrava a alta quantidade da droga consumida no Rio de Janeiro e descartada no mar via esgoto sanitário. O assunto, evidentemente inusitado, chamou a atenção de jornalistas nacionais e estrangeiros e gerou pautas em diversos órgãos de imprensa. E assim ocorre diariamente, com conteúdos da AFN que são reproduzidos em jornais, revistas, sites, rádios e TVs.
Epidemias e surtos que assustaram o país receberam ampla cobertura da AFN. O site publicou grande variedade de conteúdos sobre surtos que atingiram o Brasil, como os de chikungunya (2014) e de febre amarela (2016-2017), a epidemia de zika de (2015-2016) e as sucessivas ondas de dengue. Em 2014, o Brasil teve um caso suspeito de ebola, mas os exames do paciente deram negativo. O caso ocorreu com um homem que chegou ao Brasil vindo da Guiné. O paciente foi atendido no Paraná e, depois, transferido para a Fiocruz. Os vários textos sobre o caso deram origem a um Especial da AFN.
A produção da AFN não se restringe ao Rio de Janeiro, onde fica a sede da Fiocruz. Viagens para cobrir eventos e produzir reportagens também foram comuns nestes 20 anos de AFN. Jornalistas da Coordenação de Comunicação Social (CCS/Fiocruz) estiveram em todas as unidades da Federação nas quais existem unidades ou escritórios da Fiocruz: Amazonas, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Distrito Federal, São Paulo, Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí e Rondônia. Eles chegaram até a Antártica – mais informações abaixo.
Houve ainda uma surpreendente viagem pelo Rio São Francisco, em Pirapora (MG), em 2009, ano do centenário da descoberta da doença de Chagas. Jornalistas da AFN estiveram na região para cobrir uma expedição de cientistas da Fiocruz a Lassance, a cerca de 270 quilômetros de Belo Horizonte. A cidade entrou para a história da ciência por ter sido o lugar em que Carlos Chagas descobriu a doença. Os pesquisadores refizeram os passos de Chagas em Minas Gerais e o trajeto de barco fez parte da expedição. Em Lassance, a comitiva da Fiocruz foi recebida com banda de música e festa na cidade.
Textos sobre espetáculos de ópera também foram publicados na AFN. Em 2006 o site deu amplo destaque ao processo de produção e depois à estreia, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da ópera O cientista, que conta momentos relevantes da trajetória do sanitarista Oswaldo Cruz. O Rio de Janeiro do início do século 20 e suas radicais transformações urbanísticas – cenário do qual Oswaldo Cruz foi um dos personagens mais importantes – estão presentes na ópera, composta por dois atos que somados dão pouco menos de duas horas de espetáculo. A ópera mostra diversas facetas de Oswaldo Cruz: o homem de ciência, o homem de família e o boêmio.
Três anos depois estreou outra ópera, Chagas, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. A obra homenageia o célebre cientista Carlos Chagas, que descreveu a doença que ficou mundialmente conhecida com o seu nome, e seu filho homônimo, também cientista e presidente da Academia Pontifícia de Ciências do Vaticano. A AFN esteve na capital mineira para cobrir a estreia.
Por falar em cultura, as atividades do Museu da Vida Fiocruz marcaram presença na AFN. Foram muitos textos publicados sobre peças, exposições, atividades artísticas e as viagens do projeto Ciência Móvel – Vida e Saúde para Todos, um caminhão itinerante que percorreu o Brasil por muitos anos. O caminhão levava à população módulos projetados para ensinar temas científicos de maneira divertida e interativa. Promovia a interiorização dos conhecimentos das ciências da vida e biomédicas e divulgava informações em saúde produzidas pela Fiocruz. Projetos de popularização da ciência, aliás, sempre receberam farta cobertura da AFN.
Ao longo destas duas décadas a AFN cobriu as conferências nacionais de Saúde, as semanas nacionais de Ciência e Tecnologia, congressos internacionais, seminários, simpósios e todo tipo de evento científico, dos mais complexos aos mais simples. A AFN acompanhou as numerosas visitas de delegações estrangeiras que a Fiocruz recebeu nestes 20 anos. Todas as parcerias internacionais foram relatadas, com textos e fotos, mostrando o destaque cada vez maior que a Fundação obtém no mundo.
Sem subterfúgios ou rodeios, a AFN sempre apresentou à sociedade o posicionamento da Fiocruz em defesa da saúde pública, da ciência e da democracia. Nestes anos, publicou diversas notas oficiais com a opinião da Presidência da Fiocruz sobre estes temas.
E, assim como fala das vidas, a AFN também conta as histórias daqueles que se foram. O site publica obituários de pesquisadores e funcionários da Fiocruz, prestando uma última homenagem a quem passou pela instituição.