22/11/2024
Nesta sexta-feira (22/11), foi lançado no auditório da Fiocruz Pernambuco o Centro Âncora Nordeste, integrante da Rede Genomas SUS (GenSUS), vinculada ao Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão – Genomas Brasil, do Ministério da Saúde (MS). O centro será responsável pela coordenação de atividades como coleta de amostras, preparação de bibliotecas, sequenciamento genético e análise de dados. Além disso, atuará como referência no diagnóstico genético de doenças raras e genéticas, ampliando o acesso à medicina de precisão para toda a região Nordeste do Brasil.
O Programa Genomas Brasil, criado em 2020, visa estabelecer as bases para o desenvolvimento da saúde de precisão no país, com o objetivo de implementar essa abordagem no Sistema Único de Saúde (SUS) no futuro. A saúde de precisão combina dados clínicos e laboratoriais com o perfil genético do paciente, permitindo a escolha de tratamentos mais eficazes e seguros, além de possibilitar a detecção precoce de riscos para o desenvolvimento de doenças.
O Genomas Brasil atua no sequenciamento genômico para melhorar a precisão diagnóstica e predizer o risco de doenças, proporcionando tratamentos mais seguros e eficazes. Além disso, o programa investe em terapias avançadas, como terapias celulares e gênicas, que unem a arquitetura genética do paciente. O Ministério da Saúde destinou aproximadamente R$ 90 milhões para os oito Centros Âncoras no primeiro ano de operação. O Centro Âncora Nordeste recebeu R$ 2,6 milhões em equipamentos, além de R$ 50 milhões mensais em bolsas e recursos adicionais para consumíveis.
O Centro Âncora Nordeste conta com uma equipe de 13 profissionais, incluindo biólogos, bioinformatas, coordenadoras de campo, entrevistadoras e apoio administrativo. Durante seu primeiro ano de operação, o centro realizará a remoção do DNA e a construção de bibliotecas, que serão sequenciadas em outros centros Âncoras equipados com sequenciadores. A meta é processar 3.500 amostras no primeiro ano. A instalação de um sequenciador no próprio centro está prevista para o segundo ano.
Coordenadora do Centro e pesquisadora do Departamento de Imunologia, Norma Lucena explica que o projeto GenSUS busca criar laboratórios de referência para o sequenciamento genômico em todo o Brasil, garantindo uniformidade nas instalações, protocolos e controle de qualidade. O programa visa sequenciar 21 mil genomas brasileiros no primeiro ano, identificar variantes genéticas associadas a doenças e fenótipos complexos, capacitar profissionais para trabalhar com dados genômicos e contribuir para o desenvolvimento tecnológico e inovação no setor de saúde.
A iniciativa desempenhará um papel fundamental na viabilização de exames genéticos para usuários do SUS nos estados nordestinos. A palestra teve como objetivo avaliar a demanda por esses exames e discutir estratégias para ampliar o acesso à medicina de precisão.