Início do conteúdo

29/10/2015

Doenças virais estarão em debate na Fiocruz

CCS/Fiocruz


Com a chegada do verão aumenta a possibilidade das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a dengue e, recentemente, o chikungunya e a zika. Diante desse cenário, a Fiocruz promove o seminário Vigilância em saúde das doenças virais chikungunya, zika e dengue: desafios para o controle e atenção à saúde.  Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre essas viroses, o encontro vai reunir especialistas do país para discutir o problema nos âmbitos do controle, da atenção, da vigilância e da comunicação em saúde, nos dias 3 e 4 de novembro, no Museu da Vida. Na abertura do evento, será lançado o DengueTech, um larvicida não prejudicial à saúde humana e eficaz contra a proliferação do Aedes Aegypti. A iniciativa é fruto de parceria entre a Fiocruz e a empresa BR3.

“Como os vírus do chikungunya e zika são novos no Brasil e, praticamente, toda a população é suscetível, há o alerta sobre a possibilidade de registro de um número maior de casos, como já ocorreu com a entrada de novos sorotipos de dengue no Brasil. Isso reforça a importância da prevenção. A eliminação dos criadouros dos mosquitos transmissores é a melhor forma de controle das doenças”, explicou o coordenador da Rede Dengue Fiocruz, José Augusto de Britto.

O seminário visa também debater a preparação e capacitação dos profissionais de saúde para o manejo clínico do chikungunya, especialmente sobre o desenvolvimento da doença. “Embora estejam atentos, muitos profissionais de saúde ainda não têm muita experiência sobre o chikungunya”, afirmou Britto, que salientou a importância do diagnóstico precoce e diferencial entre estas viroses.

Confira a programação completa do evento. 

Chikungunya

A febre chikungunya é uma doença causada por vírus do gênero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes Aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes Albopictus os principais vetores. Os sintomas da doença são febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema e costumam durar de três a 10 dias. A letalidade da chikungunya, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), é rara, sendo ainda menos frequente que nos casos de dengue. Para evitar a transmissão do vírus, é fundamental que as pessoas tomem as mesmas medidas adotadas para o controle da dengue. Saiba mais sobre a doença aqui,
 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2004, o vírus havia sido identificado em 19 países. Porém, a partir do final de 2013, foi registrada transmissão autóctone em vários países do Caribe. Em março de 2014, na República Dominicana e Haiti, sendo que, até então, só África e Ásia tinham circulação do vírus. No Brasil, foram registrados no país, até agosto deste ano, 3.513 casos confirmados de febre chikungunya, sendo 2.551 na Bahia, 951 no Amapá e 7 no Distrito Federal. Em 2014, foram confirmados 2.773 casos autóctones (dentro do mesmo território) da doença, ou seja, de pessoas sem registro de viagem para países com transmissão da enfermidade, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e algumas regiões da África, como Ilha da Reunião.
 
Zika

A doença causada pelo vírus zika é caracterizada por febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, exantema máculo-papular (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos), inchaço e dores em articulações, além de dores musculares, dor de cabeça e nas costas. O período de incubação é de aproximadamente quatro dias, após a picada pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. Os sinais e sintomas podem durar até sete dias. A maior parte dos casos de infecção não apresenta nenhuma manifestação clínica, o acometimento neurológico é raríssimo e não há registro de morte associada. As medidas de prevenção e controle são as mesmas já adotadas para a dengue e chikungunya.

Voltar ao topo Voltar