19/02/2016
No contexto de enfrentamento do vírus zika, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, na última terça-feira (16/02), o apoio a novas estratégias de controle do mosquito Aedes aegypti. Dentre as iniciativas destacadas pela entidade está o uso da bactéria Wolbachia, tema do projeto científico Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, que é trazido ao país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No documento publicado pela OMS, é apontado que o uso da bactéria Wolbachia é um método “promissor”. Para ler o comunicado clique aqui.
O projeto estuda o uso da bactéria Wolbachia como uma alternativa natural, segura e autossustentável para controle de doenças virais, como parte de um esforço de pesquisa internacional envolvendo Austrália, Brasil, Vietnã, Indonésia e Colômbia. O grupo de cientistas do programa internacional Eliminar a Dengue: Nosso Desafio comprovou em laboratório que, quando inserida no mosquito Aedes aegypti, a bactéria Wolbachia é capaz de reduzir a transmissão dos vírus dengue e da febre amarela (que são da mesma família Flaviviridae) e do vírus chikungunya (que pertence à família Togaviridae). Recentemente, também foi demonstrado que a Wolbachia atua sobre o vírus zika, que pertence à mesma família dos vírus dengue e da febre amarela.
A Wolbachia é passada naturalmente da mãe para os filhotes. Assim, é esperado que, quando mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia são liberados em determinada localidade, por meio da reprodução com os mosquitos que vivem na região, as próximas gerações já nasçam com a bactéria. Este é um diferencial do projeto, pois garante sua autossustentabilidade. Atualmente, o projeto realiza estudos em dois bairros parceiros: Tubiacanga, na Ilha do Governador, na cidade do Rio, e de Jurujuba, em Niterói. A iniciativa não usa nenhum tipo de modificação genética e não tem fins lucrativos.