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04/09/2017

Pesquisadoras da Fiocruz participam de intercâmbio na China

Antonio Fuchs (INI/Fiocruz)


As pesquisadoras Luciana Trilles, do Laboratório de Micologia do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e Milena Magalhães, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), participam de um intercâmbio na China desde 17 de agosto. Elas ficarão por seis semanas em treinamento no Beijing Genomics Institute (BGI), reconhecido como um dos maiores centros de genômica do mundo e localizado na cidade de Shenzhen. A capacitação é fruto do acordo de cooperação que vem sendo construído entre o CDTS/Fiocruz e instituições chinesas de saúde. A expectativa é que o INI/Fiocruz receba, até o final do ano, plataformas BGI de sequenciamento fundamentais para a inovação tecnológica em saúde.

Para a diretora do INI/Fiocruz, Valdiléa Veloso, o intercâmbio é fundamental para agregar conhecimentos em busca de tratamentos inovadores. “Estamos otimistas com essa colaboração, não apenas com a China, mas também com o CDTS. Estamos fortalecendo a Fiocruz e a ciência e tecnologia do Brasil”, afirmou.

Cooperação Fiocruz x China

No mês de junho de 2017 uma comitiva chinesa, composta três especialistas em saúde do Center for Disease Control and Prevention Chinês (China CDC), visitou o Hospital Evandro Chagas, o Pavilhão Maria Deane e o novo prédio de laboratórios do INI/Fiocruz. O encontro foi resultado da vinda desse grupo à Fiocruz para um seminário internacional organizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o CDTS/Fiocruz e o Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), visando a troca de experiências nas pesquisas sobre ebola e zika. Na ocasião, teve início o intercâmbio entre pesquisadores dos dois países na promoção de pesquisas em busca de novas tecnológicas para a saúde, conforme explicou o coordenador do CDTS/Fiocruz, Carlos Morel.

A vice-diretora de Pesquisa Clínica do INI/Fiocruz, Rosely Zancopé, explicou que um dos resultados deste seminário foi a doação de equipamentos para sequenciamento de DNA de Nova Geração (NGS), manufaturados pelo Beijing Genomics Institute para algumas unidades da Fiocruz, entre elas, o INI. “Esses equipamentos são fundamentais para a inovação tecnológica de nossa instituição e viabilizarão o desenvolvimento de projetos de pesquisa estratégicos em Saúde Pública. Também foi proposto o treinamento de profissionais qualificados no uso destes equipamentos, resultando na viagem das pesquisadoras do INI e do CDTS para o BGI. Elas estão aprendendo o manuseio dos equipamentos, na tecnologia de NGS e em programas de bioinformática aplicados na interpretação de resultados oriundos desta tecnologia. Todo este aprendizado será essencial para a instalação, treinamento e utilização dos sequenciadores em nosso parque tecnológico”, ressaltou Rosely.

O coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Carlos Morel, lembrou que em 2016 a revista Nature publicava o artigo China’s bid to be a DNA superpower. First China conquered DNA sequencing. Now it wants to dominate precision medicine too (A tentativa da China de ser uma superpotência de DNA. Primeiro a China conquistou o sequenciamento de DNA. Agora, ela também quer dominar a medicina de precisão). O artigo apresentava aos leitores em que organização a China planejava se apoiar para mais essa conquista: o Beijing Genomics Institute (BGI). "É exatamente no BGI que estão neste momento as duas pesquisadoras da Fiocruz, trabalhando nos sistemas chineses de sequenciamento de DNA de última geração, fruto de uma parceria iniciada pelo CDTS com várias instituições chinesas em fevereiro deste ano: a Academia de Ciências da China, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CDC China), o Hospital Third People para Doenças Infecciosas de Shenzhen, além do BGI. O treinamento no BGI possibilitará o domínio desta tecnologia nos sistemas de saúde da China como, por exemplo, prevenção e controle de epidemias e diagnóstico pré-natal por sequenciamento genético. A Fiocruz deverá receber, até o final deste ano, plataformas BGI de sequenciamento que serão instaladas no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, dentro da parceria CDTS-INI iniciada com esta capacitação”, destacou Morel.

Perfil das pesquisadoras

Luciana Trilles é pesquisadora do Laboratório de Micologia do INI e tem experiência na área de microbiologia e biologia molecular, com ênfase em micologia. Ela atua em temas como: agentes de micoses sistêmicas, eco-epidemiologia, suscetibilidade antifúngica e biologia molecular. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Gama Filho, mestrado em Biologia Celular e Molecular, doutorado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas pela Fiocruz, além de pós-doutorado pela Universidade de Sydney, na área de diagnóstico molecular da criptococose.

Milena Magalhães é pesquisadora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz). Possui graduação em Biomedicina e mestrado em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, ambos pela Universidade Federal do Pará, e doutorado em Sciences Chimiques et Biologie pour la Santé pela Universidade de Montpellier (França). Suas áreas de atuação são a genética, a imunogenética e a biologia molecular.

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