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28/03/2016

Pesquisadores discutem nova plataforma científica para zika

Graça Portela (Icict/Fiocruz)


Pesquisadores do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Lis/Icict/Fiocruz) e do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde (CTIC/Icict/Fiocruz), do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), além de representantes da IBM Research e da EMC Brasil Centro de Pesquisa e Desenvolvimento participaram, no dia 15/3, de uma oficina de trabalho na sede do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, no Rio de Janeiro, com pesquisadores do próprio LNCC e do Ministério da Saúde (MS), para debater ferramentas e estratégias para integrar dados e informações de interesse sobre o vírus zika, e suas consequências no Brasil, distribuídas em hospitais, secretarias de saúde e instituições públicas e privadas de pesquisa.

A ideia é consolidar essas informações para a construção de um repositório de microdados relacionados ao vírus zika e complicações associadas, segundo Marcel Pedroso, coordenador do Centro de Estudos do Icict/Fiocruz e um dos coordenadores do projeto de Computação Científica e Big Data em Saúde, juntamente com Christovam Barcellos, também do Lis/Icict/Fiocruz. “A iniciativa é um embrião de uma plataforma científica sobre o vírus zika”, afirrma Pedroso.

Christovam Barcellos, chefe do Lis/Icict/Fiocruz, em entrevista concedida à InterTV da cidade de Petrópolis, reafirmou a importância em saber qual a sequência de eventos que ocorrem após a infecção do vírus zika e como eles estão ligados, para tentar fazer o mapeamento do que é a epidemia hoje. Para Barcellos, “o Brasil, hoje, é o país que mais produz conhecimento sobre zika no mundo. Todo mundo está olhando para cá com uma atenção muito grande, querendo respostas, para ver o que pode acontecer nos próximos meses e anos nos outros países”.

Os pesquisadores do LNCC estão mobilizados para subsidiar o enfrentamento dos  desafios atuais do setor saúde e dispostos a utilizar, inclusive, a infraestrutura computacional do Laboratório, como o supercomputador Santos Dumont, conhecido como Sdumont, que fica no LNCC e possui capacidade instalada de processamento da ordem de 1,1 Petaflop/s, e atua como nó principal (Tier-0) do Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Sinapad), uma rede de centros de computação de alto desempenho distribuídos pelo Brasil, instituída pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e coordenada pelo LNCC. A principal característica desse supercomputador, também chamado de “petaflópico”, é ter a capacidade de realizar 1.015 operações matemáticas por segundo com números reais, ou os ditos “de ponto flutuante”. Em entrevista à InterTV, Fábio Porto, pesquisador do laboratório, afirmou: “a gente vai fazer a nossa parte disponibilizando os dados e aí cientistas do Brasil inteiro poderão acessá-los”.

Dada a emergência que o vírus zika representa para o Brasil, o trabalho dos pesquisadores ajudará no mapeamento das doenças causadas pelo Aedes aegypti e a uma intervenção mais segura por parte das autoridades sanitárias do país, como endossou Fátima Marinho, representante do Ministério da Saúde: “o que mais importa hoje é estar preparado para a onda que vem e que ainda vai atingir o pico. Queremos prever isso. Quando? Quanto? Como vai ser? Onde? Se eu consigo adiantar uma previsão de cenário, posso intervir antes.”

Participaram do encontro os pesquisadores do Laboratório de Informação em Saúde (Lis/Icict/Fiocruz) Christovam Barcellos, Marcel Pedroso, Renata Gracie, Diego Ricardo e Vanderley Pascoal, além de Lucas Zinato Carraro e Jefferson Lima, do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde (CTIC/Icict/Fiocruz).

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