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06/09/2016

Relações entre raça e medicina são tema do Encontro às Quintas de 8/9

COC/Fiocruz


A formação do conceito de raça a partir de suas relações com o campo da medicina será o tema da palestra do pesquisador Claude-Olivier Doron, da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (França) no Encontro às Quintas de 8 de setembro. O evento acontece às 10h na sala 401 do edifício da expansão, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro.

Doutor em História e Filosofia das Ciências pela Universidade Diderot – Paris 7, ele aponta que as últimas décadas foram marcadas pela renovação do interesse pelas relações entre raça e medicina, sobretudo com o desenvolvimento da genômica e da fármaco-genômica.

De acordo com o pesquisador, os modelos médicos forneceram aos naturalistas suas principais analogias para pensar as raças e sua formação a partir de uma origem única, segundo uma perspectiva “monogenista”. As raças humanas não eram pensadas como alteridades radicais, mas como alterações da norma humana, seja como desvios de um tipo original ou como atrasos no desenvolvimento de uma norma a alcançar.

Em sua apresentação, intitulada Raça e medicina: uma velha história? - Os modelos médicos para pensar as raças humanas no fim do século 18, Doron argumentará que os conceitos e os modelos médicos foram fundamentais para pensar esses fenômenos de alteração e para entender, mais especificamente, como essas alterações se transmitiam através das gerações, formando raças diversas na espécie humana. O pesquisador detalhará alguns deles – degeneração da constituição, doenças hereditárias, desvios e monstruosidades hereditárias – e extrairá desse fenômeno algumas considerações mais gerais sobre a história do conceito de raça e a história do racismo.

Membro do Conselho Científico do Centre Georges Canguilhem – Histoire et Philosophie des Sciences du Vivant et de la Médecine, Doron é autor do livro L’homme altéré. Races et dégénérescence (XVIIe-XIXe siècles). Atua também na Escola Normal Superior, na França.

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