Início do conteúdo

07/12/2018

Sinitox lança lista atualizada de polos de soro antiofídico no Brasil

Graça Portela (Icict/Fiocruz)


O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) disponibilizou em seu site a versão atualizada da lista dos cerca de dois mil polos de soro para atendimento de acidentes ofícidicos no Brasil: Lista dos Polos de Soro para Atendimento de Acidentes Ofídicos no Brasil. Segundo Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox, “a atualização da lista trata-se de um trabalho que demandou tempo e energia, pois nem sempre os estados puderam enviar a sua relação de polos”, explica. Para ela, “apesar da importância da informação veiculada no site do Sinitox, é necessário que os estados mantenham essas informações atualizadas. Afinal, isto pode salvar vidas”, explica. 

Em junho de 2017, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu o envenenamento por mordida de cobra em sua lista de doenças negligenciadas - o motivo: o aumento de acidentes com serpentes, com mortes, e o fato de cada vez menos empresas farmacêuticas produzirem o soro antiofídico, gerando escassez do medicamento. No mundo, ocorrem cerca de 79 mil mortes causadas por veneno de cobra, conforme dados de 2016 da OMS. O número de vítimas, em sua grande maioria de países tropicais ou subtropicais, também chama a atenção, são 400 mil pessas vítimas de problemas de amputações ou perda de visão, por exemplo. Segundo o jornal El País, “muitas das centenas de milhares de vítimas de picadas (de cobra) sofrem um estresse pós-traumático, semelhante ao das vítimas de acidentes de trânsito”.

No caso do Brasil, segundo dados do Sinitox, só em 2016, foram 3.322 casos, sendo que a partir da faixa etária dos 20 anos até os 49 anos, a média é de 519,75 ocorrências, com a maioria dos casos sendo por mordidas de cobras como a coral verdadeira, a cascável, a surucucu pico-de-jaca e a jaracaca. O tratamento, por meio do soro antiofídico, disponível na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), é encontrado nos polos de soro para atendimento de acidentes com cobra no Brasil. 

O documento atualizado surgiu a partir da pesquisa feita por Nathalie Citeli para sua dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), intitulada Modelagem da Distribuição Potencial de Lachesis Muta (LINNAEUS, 1766) (Serpentes: Viperidae) e a Distribuição do Soro Antilaquético no BrasilI. O trabalho buscou identificar a distribuição geográfica potencial da surucucu pico-de-jaca (Lachesis muta) e “contribuir para as estratégias de produção e distribuição do Soro Antibotrópico (pentavalente) e Antilaquético no Brasil – SABL”. A dissertação foi orientada pela Rosany Bochner e co-orientada por Mônica de Avelar Magalhães, pesquisadora do Núcleo de Geoprocessamento em Saúde, do Laboratório de Informação em Saúde (LIS), do Icict/Fiocruz.

“A relevância desse estudo está voltada para a otimização do atendimento dos acidentes por essa serpente, a surucucu”, afirma Bochner. Ela chama a atenção de que Citeli, em sua pesquisa, conseguiu “trabalhar com um problema de saúde – acidentes ofídicos, considerado negligenciado no Brasil e no mundo; concentrar em uma determinada espécie de serpente, a Lachesis muta (surucucu) e realizar um mapeamento dos polos de aplicação do soro antiofídico em atividade no Brasil”, explica a oordenadora do Sinitox. 

Leia mais no site do Icict/Fiocruz

Voltar ao topo Voltar