22/05/2018
Renata Moehlecke (Agência Fiocruz de Notícias)
Vermelho, amarelo, lilás, azul: palco de diversos acontecimentos históricos da Fiocruz, o Castelo Mourisco já foi iluminado com diferentes cores que marcaram a luta contra diversas doenças; já recebeu inúmeras faixas para manifestos e até mesmo já teve suas luzes apagadas em outras datas comemorativas. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1981, o edifício empresta sua fachada centenária, às margens da famosa Avenida Brasil, na altura de Manguinhos, no Rio de Janeiro, para expressar o posicionamento da instituição em temas relevantes para o Brasil e a saúde pública.
Castelo empresta sua fachada centenária para a Fiocruz expressar seu posicionamento em temas relevantes para o Brasil e a saúde pública (foto: Peter Ilicciev)"Assim como o Cristo Redentor e outros monumentos brasileiros, o Castelo da Fiocruz tem chamado a atenção das pessoas em datas importantes no campo da saúde pública, como o combate ao suicído, a luta contra a tuberculose e a campanha contra a Aids", afirma a coordenadora de Comunicação Social da Fiocruz, Elisa Andries. "As intervenções em sua fachada servem não só para conscientizar e estimular os traseuntes a buscaram mais informações sobre as temáticas trabalhadas, mas também para expressar a posição da Fundação no que diz respeito a assuntos de extrema relevância para o Brasil".
Em março de 2018, com uma faixa preta estendida sob sua frente, o Castelo Mourisco manifestou o profundo pesar da instituição diante das mortes da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Pedro Gomes, assassinados em um carro na noite do dia 14. O tecido representou como, para a Fiocruz, o fato tratava-se de um claro atentado contra o Estado democrático de direito, contra os milhares de cidadãos que elegeram Marielle e que fizeram dela a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro, e contra todos os que lutam e defendem os Direitos Humanos no país.
Na esfera política, a Fiocruz também já expressou seu posicionamento contra toda forma de violência a que as mulheres ainda são submetidas, iluminando seu Castelo com a cor lilás (em julho de 2016), que simboliza a luta pela garantia dos direitos das mulheres. No mesmo ano, em março, o prédio de estilo neomourisco, intitulado oficialmente Pavilhão Mourisco ou prédio Central da Fiocruz, ficou vermelho para marcar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose.
Fiocruz também já expressou seu posicionamento contra toda forma de violência a que as mulheres ainda são submetidas, iluminando seu Castelo com a cor lilás (foto: Peter Ilicciev)
Em 2016 e 2017, durante todo o mês de setembro, a campanha que marcou a fachada do Castelo da Fundação foi a prevenção ao suicídio. Iluminado na cor amarela, o edifício destacou como o suicídio deve ser considerado um problema de saúde pública. Já em julho de 2015, como parte da programação em homenagem aos 450 anos do Rio de Janeiro, os 20 holofotes do Castelo estiveram com películas de gel no tom azul, cor-símbolo da Cidade Maravilhosa. Em todas as ocasiões, a iniciativa da Fiocruz contou com o trabalho técnico do Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz (DPH/COC), responsável pelas intervenções de preservação do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (NAHM).
Fiocruz deixou a fachada do Castelo vermelha, participando da campanha do Dia Mundial de Combate à Aids (foto: Peter Ilicciev)
Em 2011, 2010 e 2009, utilizando o mesmo tipo de material, a Fiocruz deixou a fachada do Castelo vermelha, participando da campanha do Dia Mundial de Combate à Aids (1° de dezembro). Todos os anos desde 2009, a Fundação também participa da Hora do Planeta, desligando as luzes do núcleo histórico, formado por Pavilhão Mourisco (Castelo), Pavilhão Figueiredo de Vasconcelos (Quinino), Pavilhão da Cavalariça e Pavilhão do Relógio do campus Manguinhos. A Hora do Planeta é um ato simbólico, promovido no mundo todo pela organização não-governamental WWF, no qual governos, empresas e a população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante 60 minutos.
Castelo Mourisco
Localizado na Av. Brasil, nº 4365, no Rio de Janeiro, campus de Manguinhos, o Castelo Mourisco da Fundação está aberto para visitação e, em geral, é a porta de entrada dos passeios programados pelo Museu da Vida. O espaço abriga a mostra permanente Passado e presente – ciência, saúde e vida pública, sobre a vida e obra de Oswaldo Cruz e Carlos Chagas. Na exposição, o visitante realiza um passeio pelo Rio de Janeiro do início do século 20, a partir de fotos e documentos históricos, que também revelam o contexto de criação do Castelo. Dentre outras atividades lúdicas, o tour pelo edifício também inclui a mostra entomológica de Ângelo Moreira da Costa Lima, importante médico e pesquisador brasileiro que reuniu exemplares de insetos em sua coleção. Saiba aqui como agendar a visita.
Em 2013, as torres do Castelo Mourisco passaram por uma restauração que valorizou sua imponência. Leia mais sobre o processo na reportagem especial publicada na Revista de Manguinhos da Presidência da Fiocruz.
Confira também vídeo sobre as obras de restauração:
25/5/2018.