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15/11/2014

Fiocruz lamenta profundamente o falecimento do médico cardiologista Adib Jatene (13/11)


Perda inestimável para a sociedade brasileira, a Fiocruz lamenta profundamente o falecimento do médico cardiologista Adib Jatene, aos 85 anos, nesta sexta-feira (13/11). Cientista, profissional competente e dedicado, Adib sonhou e praticou ciência como poucos, além de demonstrar enorme compromisso com a saúde pública. Foi membro da Academia Nacional de Medicina, autor e coautor de cerca de 700 trabalhos científicos publicados na literatura nacional e internacional, e um dos pioneiros no Brasil em cirurgia cardíaca.

Assumiu o cargo de ministro da saúde dos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso, época em que conseguiu feitos inéditos, como a criação da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), da qual foi um dos artífices, destinando mais recursos para a saúde brasileira. Jatene também foi um dos maiores entusiastas e defensores do projeto de medicamentos genéricos e do programa de combate à Aids, gerando enormes ganhos sociais.

Em 22 de setembro, após sofrer um infarto agudo do miocárdio, Adib Jatene foi internado no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, onde tinha atuado como diretor-geral. Na última sexta-feira, não resistiu ao segundo infarto.

Jatene era acreano de Xarupi, filho de um seringueiro libanês e de uma dona de armarinho. Ele deixa quatro filhos – os também médicos Ieda, Marcelo e Fábio, além da arquiteta Iara – e a mulher Aurice Biscegli Jatene.

Depoimentos

“Adib Jatene de impôs por sua inteligência, integridade e capacidade de reunir a experiência de um cirurgião cardíaco de excelência com uma ampla visão da saúde pública e enorme coerência na defesa do SUS e seu processo de financiamento. Foi uma voz fundamental para apontar o subfinanciamento da saúde. Em destaque, sua incansável atuação como um dos artífices da criação da CPMF. Em relação à Fiocruz, Janete foi um parceiro fundamental para garantir novos rumos institucionais e consolidar a gestão participativa, muito cara a todos nós que fazemos parte desta instituição”, Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz. 

“Acompanhando o professor Adib Jatene em uma aula inaugural de uma grande universidade em nosso país, ele deixou, por mais de uma hora, em silêncio um ginásio de esportes com mais de cinco mil alunos e, finalizou dizendo: '...a fraternidade, a generosidade e a solidariedade devem sempre permear as relações entre as pessoas. E quem vos fala é alguém que tem o coração do homem em suas mãos todos os dias, e, os corações de negros e brancos, ricos e pobres são todos iguais...'; dessa forma lembrem-se que um médico dever ser, antes de tudo, um especialista em gente”. Esse é apenas um dos ensinamentos com os quais esse mestre influenciou centenas de alunos com frases e, sobretudo exemplos em seu desempenho profissional seja como médico, como professor, como defensor da causa pública e no relacionamento interpessoal que mantinha com todos ao seu redor, sem distinção", Gerson Penna, diretor da Fiocruz Brasília e diretor executivo da Escola de Governo em Saúde.

“A morte de Adib Jatene nos priva de um brilhante médico humanista e dedicado aos seus pacientes, do cientista e inovador que muito contibuiu nos campos da técnica cirúrgica e do desenvolvimento de tecnologias em cirurgia cardiovascular  e  do homem público por duas vezes ministro da saúde com profunda visão das questões estruturais da saúde brasileira. Perde a medicina, a ciência e a saúde pública um de seus mais brilhantes expoentes”, José Gomes Temporão, diretor executivo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags) e ex-ministro da Saúde.

“Jatene foi um grande amigo pessoal e da Fiocruz. Desconheço pessoa mais generosa e que trazia na alma a ideia da prestação de serviços ao outro e ao público. Foi uma figura extremamente importante para o desenvolvimento do Programa Saúde da Família e para a criação de recursos adicionais por meio do CPMF. No período em que foi ministro, a Fiocruz recebeu dele grande apoio. Foi uma figura fundamental na história do SUS e da Fundação”, Paulo Buss, diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz).

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