05/04/2018
Valentina Leite (Campus Virtual / Fiocruz)
Inovar é traçar novos e grandiosos desafios. Comprometida com o desafio de contribuir para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, a partir da perspectiva do SUS, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou, na última terça-feira (3/4), uma iniciativa inovadora focada na base produtiva do setor da saúde: a Pós-graduação para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (PGCEIS). O evento contou com a presença de gestores e profissionais de diferentes unidades da Fiocruz e representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e de outras instituições. O lançamento aconteceu no Auditório do Museu da Vida, no campus da Fiocruz em Manguinhos, na zona Norte do Rio de Janeiro.
A Pós-graduação para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (PGCEIS) é uma cooperação entre a unidade produtiva do Ceis e a Fiocruz (foto: Peter Ilicciev)
Para a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a iniciativa é uma resposta da instituição aos desafios trazidos pelo Complexo Econômico e Industrial da Saúde (Ceis) em um momento que se discute os cortes e o enfraquecimento das áreas da ciência e tecnologia e da saúde no país. "Não podemos pensar política de ciência e tecnologia sem articular com política industrial e social", apontou. Nísia lembrou ainda que a iniciativa faz parte da Política de Inovação da Fundação. "Esse programa mostra o que já estamos buscando há um tempo, que é gerar modelos mais flexíveis em diferentes áreas, como na pesquisa e na educação", completou.
O vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral, afirmou que o foco é escapar de modelos engessados de cursos e criar novas perspectivas para alunos e docentes. Barral mostrou o interesse da instituição em pensar outras propostas na mesma linha. "Queremos e acreditamos que outras unidades da Fiocruz poderão participar da construção dessa iniciativa, além de estruturar, futuramente, algo semelhante em outras áreas, como a de vigilância", afirmou.
O coordenador de Ações de Prospecção da Fiocruz, Carlos Gadelha, um dos idealizadores do projeto, lembrou da importância de traçar soluções que atendam à sociedade brasileira. "No momento há duas grandes demandas a serem cumpridas: a da indústria e a do Sistema Único de Saúde. Devemos ter isso em mente", finalizou.
Qualificar para fortalecer
A Pós-graduação para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (PGCEIS) é uma cooperação entre a unidade produtiva do Ceis e a Fiocruz. O programa também conta com a parceria do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Trata-se de uma formação multiprofissional, voltada para profissionais que pensem em novas soluções para problemas enfrentados na indústria, em diferentes áreas do conhecimento técnico-científico.
Oferecido pelo Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná), tem por objetivo suprir o déficit de capacitação de profissionais brasileiros envolvidos na geração de produtos de saúde. "É uma semente de como pode continuar sendo feita a pós no Brasil", afirmou a vice-diretora de Ensino, Comunicação e Informação da Fiocruz Paraná, Lysangela Ronalte Alves. Na estrutura do curso, optou-se pelo sistema de fluxo contínuo - ou seja, sem abertura de turmas, o que visa agilizar o processo.
A duração da PGCEIS é de 48 meses, semelhante ao doutorado acadêmico. Durante a execução de seu projeto, o aluno contará com o apoio de um orientador (que deve estar cadastrado no quadro técnico-científico da Fiocruz) e de um supervisor (figura da empresa que desenvolva pesquisa e inovação em linhas semelhantes ao projeto do estudante). Ao final, ele deverá produzir, além do produto, uma revisão bibliográfica.
Para saber mais detalhes, acesse o site da PGCEIS.