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28/07/2021

InfoGripe: números apontam para tendência de queda de casos de SRAG

Regina Castro (CCS/Fiocruz)


A mais recente edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgada nesta quarta-feira (28/7), mostra que apenas uma das 27 unidades federativas do Brasil apresenta sinal  forte de crescimento do número de casos e óbitos de Síndrome Respiratória Grave (SRAG) até a semana 29 – o Acre. No Ceará, embora se observe sinal moderado de crescimento a curto prazo, os dados apontam para a estabilidade na tendência de longo prazo. Entre as  demais unidades da Federação, 12 apresentam sinal de queda. Cerca de 99% dos casos de SRAG com identificação laboratorial de vírus respiratório se dão em decorrência da Covid-19. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 29, de 18 a 24 de julho.

A edição traz ainda uma série histórica de casos de transmissão comunitária de Covid-19/SRAG, assim como o da transmissão comunitária, no período de 2 de janeiro a 24 de julho. E ainda dados sobre o cenário de SRAG/Covid-19 por cidades, estados, capitais, regiões, macrorregiões e microrregiões.  

Os estados do Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia e Santa Catarina, além do Distrito Federal, registram indícios de estabilidade. O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, alerta que, apesar desse cenário, os valores semanais continuam elevados, como apresentado pelo indicador de transmissão comunitária. Todos os estados contam com macrorregiões em nível de transmissão comunitária alta ou superior, sendo que nove estados e o Distrito Federal apresentam macrorregiões em nível extremamente elevado. 

Em nível nacional, os caso de SRAG têm sinal de queda na tendência de longo prazo (últimas seis  semanas) e sinal de estabilidade na tendência de curto prazo (últimas três semanas). Todas as unidades contam com pelo menos uma macrorregião de saúde com nível de transmissão comunitária alto ou mais elevado. Dez das unidades registram uma macrorregião de saúde com transmissão comunitária em nível extremamente alto.

“O contexto evidencia a necessidade de manutenção de medidas de mitigação da transmissão. Em função disso, é fundamental manter cautela em relação a medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19 enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos, bem como a necessidade de reavaliação das flexibilizações já implementadas nos estados com sinal de retomada do crescimento ou estabilização ainda em patamares elevados”, destaca Gomes.

Capitais e região de saúde central do Distrito Federal

Apenas 7 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 29: Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco e Rio de Janeiro. Em 14 capitais o sinal é de queda na tendência de longo prazo.

Porto Alegre e Rio Branco apresentam sinal forte de crescimento nas tendências de longo prazo. Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Velho, Rio de Janeiro e Salvador apresentam sinal moderado de crescimento na tendência de longo prazo. Em Salvador esse sinal é acompanhado de queda na tendência de longo prazo.

Assim como alertado para alguns estados, seis capitais apresentam sinal de estabilização nas tendências de longo e curto prazo, indicando interrupção da tendência de queda ou manutenção de platô: Belo Horizonte, Plano Piloto de Brasília e arredores, Campo Grande, Macapá, Manaus e Vitória.

Transmissão comunitária

Segundo os indicadores de transmissão comunitária, todas as capitais encontram-se em macrorregiões de saúde com nível alto ou superior. Das 27 capitais, 8 integram macrorregiões de saúde em nível alto (Aracaju, Belém, Boa Vista, Cuiabá, Natal, Palmas, São Luís e Vitória), 11 em nível muito alto (Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Manaus, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e Teresina) e 8 em nível extremamente alto (Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Macapá, Porto Alegre e São Paulo). Gomes ressalta que essa situação manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, com tendência de agravamento nas próximas semanas, caso não haja nova mobilização por parte das autoridades e população locais.

Macrorregiões de saúde

Em 13 dos 27 estados observa-se ao menos uma macrorregião de saúde com sinal de crescimento nas tendências de longo ou curto prazo: Acre, Amazonas e Pará, no Norte; Ceará e Paraíba, no Nordeste; nos quatro estados do Sudeste; Goiás e Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste; e Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no Sul. Nos demais 13 estados e no DF observa-se tendência de longo e curto prazo com sinal de queda ou estabilização em todas as respectivas macrorregiões de saúde.

Atualmente, a única macrorregião de saúde que encontra-se em nível de transmissão pré-epidêmico, Litoral do Piauí, está com problema de subnotificação de SRAG, seja por dificuldades no preenchimento das fichas de notificação nas unidades de saúde, seja por dificuldades na inserção das mesmas no Sivep-Gripe pelas unidades ou pelas equipes de vigilância nas respectivas secretarias municipais de Saúde. Nas demais macrorregiões de saúde observam-se 4 em nível epidêmico; 27 em nível alto; 41 em nível muito alto; e 45 em nível extremamente alto. 

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