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07/04/2015

Morre o médico e senador Giovanni Berlinguer

CCS


Morreu na noite de anteontem, em Roma, aos 90 anos, o médico e senador Giovanni Berlinguer.  Irmão do líder comunista Enrico, foi deputado por três mandatos pelo Partido Comunista Italiano e também senador. Ele foi a inspiração que moveu muitos em direção ao estudo da bioética - em especial, aos aspectos políticos envolvidos no tema, como equidade e justiça social. No Brasil, no período da ditadura militar, dois dos livros dele circulavam clandestinamente entre militantes da saúde pública. Eram cópias xerox de Medicina e saúde pública e de Saúde nas fábricas. Essas leituras contribuíram bastante nas discussões iniciais do que viria a ser o SUS. Além desses, pelo menos outros 40 livros constam do currículo de Berlinguer, uma das maiores autoridades mundiais em medicina social. Ele esteve no Brasil diversas vezes e, em abril de 2007, fez a conferência de abertura – intitulada Causas sociais e implicação moral das doenças – do ano acadêmico da Fiocruz, ocasião em que recebeu o diploma de doutor honoris causa da Fundação.

Especialista em parasitologia, Berlinguer ajudou a popularizar a cultura científica e fez uma pioneira análise crítica do sistema de saúde italiano, em 1959. Professor honorário de mais de uma universidade (Santo Domingo, Montreal, Brasília, Roma), ocupou os cargos de chefe do primeiro Plano Sanitário da Itália (1992-1995) e presidente da Comissão Nacional de Bioética (1999), membro do Conselho Nacional de Saúde (1994-1996), membro do Comitê Internacional de Bioética da Unesco (2001-2007) e da Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde da Organização Mundial da Saúde (2005-2008). Berlinguer foi casado com Giuliana, com quem teve três filhos, Luisa, Mario e Lidia.

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