01/02/2019
O Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde (Cepedes) da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) lançou, recentemente, o Guia de Preparação e Respostas do Setor Saúde aos Desastres, um documento elaborado em três etapas, desenvolvidas entre 2015 e 2017, com informações e conceitos que ajudam a compreender o que é importante saber para reduzir os riscos de desastres. A publicação inclui dados sobre os relatórios de segurança de barragens, os mapas de distribuição e a classificação de risco.
Segundo o coordenador do Cepedes, Carlos Machado de Freitas, o manual foi elaborado de forma colaborativa, com o objetivo de subsidiar o Sistema Único de Saúde (SUS) na desafiadora tarefa de desenvolver planos de preparação e resposta para emergência em saúde pública por desastres.
Desastres no Brasil e no mundo
No Brasil, assim como em outros países, há uma tendência de crescimento dos desastres de origem natural (como as inundações, secas e deslizamentos) e tecnológicos (mineração, químicos e radioativos, por exemplo) e de seus impactos humanos (incluindo os impactos sobre a saúde), ambientais e materiais. Segundo Carlos Machado, paralelamente a esse crescimento, observa-se que o tema dos desastres vem ganhando mais espaço nas agendas de governos e da sociedade de modo geral, num esforço de estarmos cada vez mais preparados para reduzir seus riscos e principalmente seus impactos.
“Os desastres são variados e, muitas vezes, imprevisíveis, mas sua recorrência, ao longo dos anos, permite identificar tipos mais frequentes e municípios e regiões mais afetados. No entanto, mesmo que possamos identificar e caracterizar os desastres, é importante observar que cada um deles tem uma particularidade em relação ao tipo de evento, sua complexidade, ao tamanho da área afetada e às características da população exposta, bem como diferentes condições socioambientais presentes no território, que podem afetar de formas variadas a saúde das populações”, explicou ele.
O setor saúde tem grande responsabilidade nesse processo, já que os impactos dos desastres resultam em efeitos diretos (curto, médio e longo prazos) e indiretos sobre a saúde e o bem-estar das populações. Desse modo, os desafios são muitos e exigem que o município planeje, prepare, teste e mantenha um plano ativo de resposta aos desastres de origem natural ou tecnológica, integrando-o às estratégias já existentes do setor Saúde e às lições aprendidas no passado com eventos similares.
De acordo com a pesquisadora do Cepedes, Vania Rocha, esse processo de preparação exige um trabalho contínuo de pesquisa e construção de informações para identificação das áreas vulneráveis e das populações expostas aos riscos de desastres – o que exige combinar dados socioambientais, características da população e de sua situação de saúde, assim como os recursos e as capacidades de respostas envolvendo a prevenção de doenças, a atenção e o cuidado à saúde e a promoção da saúde nessas áreas, definindo os territórios vulneráveis e prioritários para ações em mapas.
“Por isso, apresentamos, neste guia, conceitos que ajudam a compreender o que é importante saber para reduzir os riscos de desastres. Depois, elaboramos uma síntese dos processos fundamentais para gestão de risco de desastres, bem como políticas e ações específicas do setor saúde. A preparação e a resposta aos desastres no setor Saúde devem considerar algumas premissas e alinhar-se aos princípios do SUS. Sendo assim, o Guia inclui, também, um item sobre esse assunto e, em seguida, é apresentado como o setor saúde deve se preparar para responder aos desastres”.
Para mais informações sobre a publicação, leia a notícia completa no Informe Ensp.