Início do conteúdo

05/08/2013

Pesquisadores da Fundação são condecorados com o Chevalier dans l'Ordre des Palmes Académiques

Kadu Cayres


Pesquisadores, vice-diretores, profissionais e membros da comunidade científica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) se reuniram em 1º de agosto, para a cerimônia de entrega do Chevalier dans l'Ordre des Palmes Académiques, reconhecimento concedido pelo governo francês ao diretor do IOC, Wilson Savino, e ao chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária, o imunologista Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro. O prêmio é atribuído a personalidades que contribuíram de modo significativo para a educação e cultura francesas, independentemente de suas nacionalidades.

Da esquerda para a direita, o cônsul-geral da França no Rio de Janeiro, Jean-Claude Moyret, o pesquisador Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, o diretor do IOC, Wilson Savino, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha (Foto: Guto Brito)

 

Em discurso de agradecimento emocionado, com menções a figuras emblemáticas que contribuíram para sua formação profissional e pessoal,  Savino agradeceu ao Ministério da Educação Nacional  da França pelo reconhecimento. Segundo ele, a premiação representa uma homenagem a sua atuação no processo de cooperação franco-brasileiro, sobretudo no que diz respeito à formação de recursos humanos para as ciências da saúde. “Aqui dentro desta medalha permitirei guardar uma história de trabalho que coexiste com mais 30 anos de experiência. Momentos que não aparecem na base de dados do Lattes, mas que poderão ser acessados aqui, no interior das ranhuras destas palmas”, agradeceu Savino.

O pesquisador Cláudio Ribeiro também ressaltou em seu discurso as contribuições da França em suas trajetórias profissional e pessoal. Recorreu ao termo "mosaico" para explicar a importância da interação com outras culturas na formação do indivíduo. “Com quase 30 missões técnicas, mais de nove projetos franco-brasileiros financiados, trocas entre estudantes e pesquisadores; financiamentos e publicações conjuntas e a participação em vários eventos, posso afirmar que a França é também o meu país. Vê-la me reconhecer como parceiro enche-me de orgulho”, declarou.    

Realizada no hall da Biblioteca de Manguinhos, no campus da Fiocruz, a cerimônia contou com a presença do cônsul-geral da França no Rio de Janeiro, Jean-Claude Moyret, do ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, dos presidentes da Academia Nacional de Medicina e da Fundação Oswaldo Cruz, Pietro Novellino e Paulo Gadelha, respectivamente, entre outros. “Os indicados de hoje dedicaram décadas de suas vidas à pesquisa e à gestão de renomados laboratórios, além de possuírem um papel central na cooperação franco-brasileira no campo da biologia. Isso faz com que sejam merecedores do Chevalier dans l'Ordre des Palmes Académiques”, comentou Jean-Claude Moyret, em nome do Ministério da Educação Nacional.

Trajetória dos premiados

À frente da direção do IOC desde maio, o pesquisador Wilson Savino iniciou sua trajetória como cientista em janeiro de 1973, após trancar o curso de medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e solicitar transferência para a graduação em ciências biológicas na mesma instituição. No início de 1975, ingressou no mestrado em histologia e embriologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição na qual atuou como professor-assistente dois anos depois. No período deu início às atividades de pesquisa, ingressando, em 1980, no Programa de Doutorado em Histologia da Universidade de São Paulo. Atividades experimentais de sua tese foram conduzidas em Paris, na unidade 25 do Instituto Francês de Pesquisas Médica e da Saúde (Inserm) sob a direção dos pesquisadores Jean-François Bach e Mireille Dardenne.
 
Já o pesquisador e chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, é graduado em medicina pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques (1976), possui mestrado e doutorado pela Universidade de Paris VI (Pierre et Marie Curie) e pós-doutorado no Institut Pasteur. Atualmente, o pesquisador está empenhado na organização da 1ª Jornada Fluminense sobre Cognição Imune e Neural, prevista para agosto, em uma parceria entre o IOC e a Academia Fluminense de Medicina. A jornada reunirá especialistas em imunologia, neurociência e neuroimunologia de cinco instituições nacionais e internacionais.

O prêmio

A Ordem das Palmas Acadêmicas foi instituída pelo imperador Napoleão I, em 1808, como título honorário de reconhecimento às relevantes contribuições dos membros da universidade francesa – trata-se da mais antiga condecoração francesa não-militar. A partir de 1955, por a honraria passou a ser constituída por três graus: Cavaleiro, Oficial e Comendador. Hoje, as decisões sobre as nomeações e promoções ficam a cargo do ministro da Educação Nacional.

Voltar ao topo Voltar