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30/11/2017

Pesquisador da Fiocruz fala sobre neuroinflamação e políticas científicas

Pedro Luna


O Simpósio Internacional de Neuroinflamação, realizado entre os dias 27 e 29 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, promoveu debates e palestras sobre as características físico-neurológicas que demarcam os processos inflamatórios. O evento reuniu mais de 500 inscritos que acompanharam as apresentações de palestrantes de diversas instituições nacionais e estrangeiras. 

Wilson Savino falou sobre a importância do tema e da realização do evento para desenvolver políticas científicas no país (foto: Gutemberg Brito, IOC/Fiocruz)

 

Promovido pela Fiocruz em parceria com a Universidade Federal do Ceará, com o apoio do governo do Estado, do Instituto Pasteur e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em NeuroImunoModulação (INCT-NIM), o evento também abriu caminho para a inauguração do campus da Fiocruz Ceará, no Polo Industrial e Tecnológico da Saúde, no Eusébio, região metropolitana de Fortaleza.

Coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz e coordenador científico do simpósio, Wilson Savino falou sobre a importância do tema e da realização do evento para desenvolver políticas científicas no país.

Fiocruz: Qual a importância da temática da neuroinflamação para as pesquisas científicas da atualidade?

Wilson Savino: A neuroinflamação é um campo da neurociência alvo de estudos no mundo inteiro. O grande número de pesquisas que apresentamos em nosso simpósio comprova essa afirmação. Trata-se de uma área fundamental para o entendimento de doenças que afetam o sistema nervoso através de inflamações, e desestabilizam a vida das pessoas. Estudar a neuroinflamação é buscar maneiras de controlar essas doenças, e com isso melhorar a qualidade de vida da população. 

Fiocruz: Quais as motivações que levaram a Fiocruz a realizar o simpósio?

Wilson Savino: A ideia do simpósio se iniciou com as pesquisas de grupos da Fiocruz Ceará e da Universidade Federal do Ceará, que já trabalhavam com neuroinflamação. Reunir essas pesquisas que buscavam entender e discutir os processos inflamatórios foi o que motivou a realização do simpósio. A partir daí, criamos o projeto e o movemos com o apoio de vários parceiros que também visavam o desenvolvimento de novos caminhos e políticas científicas no país. 

Fiocruz: E qual o balanço do evento?

Wilson Savino: Eu considero que o simpósio foi excelente, e que cumpriu amplamente todos os seus objetivos. Tivemos centenas de inscritos, pessoas residentes no Ceará e também residentes de outros estados, e isso demonstra o interesse que existe em relação a ciência. As palestras apresentadas durante a progrmação foram todas muito válidas e de excelente qualidade. A discussão em torno dos resumos apresentados em pôsteres, mediada e avaliada por pesquisadores, também foi muito boa, sendo unânime a opinião sobre a alta qualidade dos trabalhos. Portanto, o simpósio foi um sucesso e se inseriu em uma agenda de eventos científicos que valorizam e dão visibilidade as pesquisas científicas. 

Fiocruz: Como é vista a expressiva presença do público jovem durante o evento? 

Wilson Savino: Um número expressivo de jovens estudantes já era esperado, mas ainda assim as nossas expectativas foram superadas. É positivo ver o público mais jovem, que representa o futuro do país, participando efetivamente de encontros destinados a pesquisas científicas, como simpósios e congressos. E a interação que eles demonstram, fazendo perguntas, mostrando interesse no conteúdo das apresentações, só pode significar algo bom.

Fiocruz: A inauguração do campus da Fiocruz no Ceará foi um assunto de destaque dentro do simpósio. Que outras ações a Fiocruz planeja realizar em conjunto com o Governo do Ceará?

Wilson Savino: Uma das ações será um seminário ou um curso sobre jornalismo científico e divulgação científica. Esse são campos muito importantes que necessitam ser melhor desenvolvidos no Ceará. Esse ponto foi identificado pela própria equipe do gabinete do governador, que percebeu a necessidade de formar mais jornalistas capacitados no trato com a ciência e tecnologia. A ação já foi planejada, mas ainda não está formatada, devendo ocorrer em meados de fevereiro, antes da inauguração do campus, que deve ocorrer entre março e abril.

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