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10/08/2016

Projeto Agenda Laranja do IFF/Fiocruz debate violência de gênero

Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)


Aconteceu na última semana de julho a primeira de quatro palestras sobre violência contra mulheres e meninas, organizada pela secretaria acadêmica do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Esses eventos fazem parte do Projeto Agenda Laranja IFF, que tem por objetivo pautar atividades de sensibilização, informação e formação voltadas para todos os públicos do Instituto, com o propósito de contribuir para a construção de uma cultura institucional voltada para o enfrentamento da violência contra mulheres e meninas baseada nas desigualdades presentes nas relações de gênero. Para o diretor do IFF/Fiocruz, Carlos Maciel, uma forma de combater a violência contra mulher é divulgar. “Nós, como Instituto Nacional da Mulher, temos o papel de divulgar esse tipo de informação para nosso público, tanto interno como externo”, disse ele na ocasião.

Para a professora do programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e da Mulher e coordenadora do projeto, Corina Mendes, a violência contra mulheres e meninas não é um fenômeno novo, configura-se como grave e frequente violação de direitos humanos e um sério problema de saúde pública. “A busca por caminhos de superação das violências têm mobilizado diferentes setores em escala global”, afirmou. Enfatizando ainda mais essa questão, Martha Cristina Nunes Moreira, coordenadora da Pós-Graduação em Saúde da Mulher e da Criança do IFF/Fiocruz, destacou a importância da aproximação entre as áreas de atenção e pesquisa, no sentido de fortalecer a preocupação com assuntos relacionados a saúde da mulher, tais como a violência. “Estamos investindo mais na sistematização de ações e conhecimentos, para fazer com que as relações entre as ações de formar pessoas e as práticas na assistência possam fazer sentido para quem vem estudar, sejam cada vez mais fortalecidas”, esclareceu.

Com o objetivo de dar mais luz a esse assunto extremamente importante, foi criado o Núcleo de Apoio aos Profissionais (NAP), que atende crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos no IFF/Fiocruz. “Nós aqui do Instituto tivemos o prazer de, desde 2000, ter criado o NAP, que trouxe para a agenda da instituição esse grande fato, infelizmente frequente, da violência contra mulheres, crianças e adolescentes”, disse Rachel Niskier, coordenadora do núcleo e profissional homenageada no evento pela sua trajetória no combate à violência de gênero. “Essa trajetória realizada pela Rachel é inspiradora para a nossa Agenda Laranja, na qual especificamente a questão do gênero, acaba ganhando um protagonismo especial para pensar as diferentes formas de violência que mulheres adultas e também meninas enfrentam em seu cotidiano”, afirmou Marcos Nascimento, coordenador do projeto.

A professora convidada para esse primeiro evento foi a ex-ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, professora Nilcéa Freire, que falou sobre políticas públicas voltadas para o enfrentamento das violências contra mulheres no marco dos dez anos da Lei Maria da Penha, avanços, desafios e retrocessos. Segundo Nilcéa Freire, o marco dessas políticas se deu entre 2003 e 2004, quando foi criada a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, um espaço institucional que daria conta das pautas feminista e das mulheres brasileiras. “Esse espaço teria a capacidade de formulação e execução de políticas públicas”, explicou ela.

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