13/12/2013
300 a.C. Existem registros de que pesquisadores gregos, como Aristóteles (384 – 322 a.C.) e Erasístrato (304 – 258 a.C.), realizaram experimentos em animais vivos;
100 d.C. O cientista grego Galeno (129 – 199 d.C.) fez experimentos com animais para o avanço da compreensão da anatomia, fisiologia, patologia e farmacologia. Por ter dissecado porcos e cabras, ele ficou conhecido como “o pai da vivissecção”;
1600 O cientista William Harvey utilizou animais para observar e descrever o sistema circulatório do sangue;
1700 Na Espanha, o médico árabe Ibn Zuhr apresentou a experimentação animal como um recurso para testar procedimentos cirúrgicos antes de aplicá-los em pacientes humanos. No mesmo período, o cientista Stephen Hales usou um cavalo para demonstrar a medição da pressão arterial. Antoine Lavoisier usou um calorímetro e um animal como cobaia para demonstrar que a respiração era um tipo de combustão;
1800 Louis Pasteur infectou ovelhas para provar a teoria dos germes. A experiência foi de extrema importância na época para determinar que as infecções não surgem espontaneamente;
1890s Ivan Pavlov conduziu experiências para comprovar o chamado condicionamento clássico: ele fez com que cães treinados salivassem ao som de sinos, permitindo que eles associassem o barulho a alimentação;
1900 Na origem da criação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o uso de animais foi uma condição fundamental. Há 106 anos, o então Instituto Soroterápico foi fundado com a missão de produzir vacinas para combater a epidemia de peste bubônica que devastava o país. Na época, a tecnologia disponível para a produção de soro anti-peste, trazida da Europa, era baseada na obtenção de soro a partir do sangue de cavalos inoculados. Toda a produção de soros e vacinas até a década de 70 dependeu diretamente do uso de animais. Essa prática possibilitou a eliminação da varíola no Brasil;
1910 Em Paris, o excêntrico Dr. Voronoff iniciou experimentos de transplantes com cobaias animais para testar a hipótese de que os primatas superiores seriam os doadores perfeitos para os seres humanos (xenotransplantes). O médico, considerado o primeiro na história a realizar esse tipo de procedimento, acreditava que o enxerto da glândula tireóide de macacos oferecia resultados melhores do que os que utilizavam as próprias glândulas humanas;
1922 A insulina foi isolada a partir de experimentos com cachorros e revolucionou o tratamento da diabete;
1970 O tratamento para hanseníase com antibióticos passou a ser desenvolvido com base em pesquisas com tatus. Logo em seguida, foi utilizado em seres humanos;
1974 O entendimento da genética animal avançou quando o cientista Rudolf Jaenisch foi capaz de produzir o primeiro mamífero transgênico por meio da integração do ADN do vírus SV40 no genoma dos ratos. Devido a esse procedimento, a pesquisa genética progrediu rapidamente e, em 1996, a ovelha Dolly nasceu, o primeiro mamífero a ser clonado a partir de uma célula adulta;
1979 No Brasil, a Lei 6.638 passou a estabelecer as regras para a "prática didático-científica da vivissecção de animais";
1998 Os testes em animais para o desenvolvimento de cosmétidos tornou-se uma prática controversa e foi banida no Reino Unido;
2005 Os pesquisadores da Fundação criaram a Comissão de Ética no Uso de Animais da Fiocruz, passando a ser uma das primeiras instituições no Brasil a ter uma Ceua, antes da criação desse tipo de órgão se tornar obrigatória;
2008 O senado brasileiro aprovou por unanimidade a Lei Arouca (11.794), projeto que regulamenta o uso de animais em experimentos científicos;
2009 Foi publicado no Diário Oficial da União, uma portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que designava quem eram os membros do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea);
2012 A Rede Nacional de Métodos Alternativos ao Uso de Animais (Renama) foi criada por portaria do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). No mesmo ano, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Fiocruz criou o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM).
Fontes:
Livro Manguinhos do sonho à vida - A ciência na Belle Époque (1990), coordenado por Jaime Benchimol, pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Experimentação Animal
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