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22/11/2019

Fiocruz inicia montagem de laboratório na Antártica

Julia Dias e Pamela Lang (Agência Fiocruz de Notícias)


A Fiocruz vai contar com um laboratório permanente na nova Estação Antártica Comandante Ferraz. O Fiolab, como será chamado, é resultado do acordo de cooperação firmado com a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm) da Marinha do Brasil, e será um laboratório de biossegurança preparado para responder às necessidades de vigilância epidemiológica e sanitária do país, e dar suporte às pesquisas em saúde e ambiente na Antártica. 

A nova Estação será inaugurada apenas em janeiro de 2020, mas, até lá, o Fiolab já pode ter iniciado suas atividade (foto: Divulgação)

 

Segundo o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, a parceria com a Marinha do Brasil e atuação da instituição na Antártica reforçam o papel estratégico da Fiocruz para o país. “Com laboratórios de pesquisa de referência internacional, coleções biológicas, unidades de assistência e fábricas para produção de medicamentos e vacinas, a Fiocruz tem a capacidade de transformar suas pesquisas e descobertas em produtos que beneficiam a população. Uma instituição com o diferencial de uma cadeia completa: da pesquisa básica à entrega de produtos”, destaca o vice-presidente.

A nova Estação será inaugurada apenas em janeiro de 2020, mas, até lá, o Fiolab já pode ter iniciado suas atividades. Isso porque a primeira equipe de pesquisadores da Fiocruz chegará ao continente gelado ainda no início de dezembro de 2019. A pesquisa da Fiocruz na Antártica busca investigar ameaças e oportunidades que os microrganismos presentes na região podem oferecer à saúde humana. Na linha das ameaças, os estudos buscarão novos patógenos, como vírus, fungos e bactérias que poderão surgir a partir do degelo da calota polar, com a exposição de camadas inferiores de gelo e solo pelo aumento da temperatura, e da migração de espécies que buscarão alimentos em outros ambientes. 

Outra importante linha da pesquisa é a bioprospecção. Os organismos extremófilos - que vivem em ambientes extremos - têm em sua constituição moléculas e competências fisiológicas e químicas diferenciadas do que vemos em outros lugares, e que podem ter o potencial para desenvolvimento de novas tecnologias e produtos em saúde, como medicamentos e insumos.

O Fiolab oferecerá não apenas todo o apoio necessário aos estudos desenvolvidos pelos pesquisadores da Fiocruz, mas também permitirá dar suporte à formação de profissionais de outras instituições na área, ampliar as relações de parceria com colaboradores nacionais e internacionais, bem como o intercâmbio com os institutos estrangeiros de pesquisa na região.

Pesquisas da Fiocruz na Antártica

A Fiocruz se lançou às pesquisas na Antártica como resultado de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTIC) para o desenvolvimento de pesquisas na região. O projeto foi aprovado em dezembro de 2018 e vai integrar o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), conduzido pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm) da Marinha do Brasil. A equipe da Fiocruz passou quase um ano se preparando para sua primeira expedição, que terá início em dezembro deste ano.

22/11/2019

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