Em 2023, a Agência Fiocruz de Notícias (AFN) foi reconhecida no Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar 2023 e ficou entre os três finalistas da categoria Veículo Especializado em Jornalismo Científico. É o segundo ano consecutivo que a AFN conquista o prêmio. Este ano, foram mais de 900 notícias sobre pesquisas, programas e ações da Fiocruz, que reforçam o papel do site de levar informação e divulgação científica de qualidade para a imprensa e à sociedade em geral. Neste especial, o leitor encontra uma retrospectiva do trabalho da Fiocruz, com as dez principais temáticas do ano em destaque na lateral e ainda mais 50 notícias, no texto abaixo, que foram divulgadas durante todos os meses de 2023. Recorde ainda o especial Saúde Indígena, preparado e divulgado pelo site no primeiro semestre do ano.
Em JANEIRO, a até então presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, assumiu a Pasta da Saúde no governo federal (1). "Nossa gestão à frente do Ministério da Saúde será pautada pelo diálogo com a ciência”, declarou. Na mesma época, a Coleção de Fungos da Fiocruz, sob os cuidados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), completou 100 anos de história (2). Além disso, um estudo do Observatório Covid-19 Fiocruz apontou que, em 2020, houve um excesso de óbitos maternos de 40%, quando comparado aos anos anteriores (3); e uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) mostrou que profissionais de enfermagem vítimas da Covid-19 morreram mais jovens que os médicos também vítimas da doença (4).
No início de FEVEREIRO, projeto coordenado por pesquisadora da Fiocruz lançou uma base de dados inédita sobre a Amazônia, que reúne 36 indicadores ambientais, socioeconômicos e epidemiológicos para todos os 772 municípios de nove estados da Amazônia Legal brasileira (5). No mesmo período, a Fiocruz foi coanfitriã da 6ª Conferência Global de Inovação e Sustentabildiade (G-Stic 2023), que debateu os impactos da pandemia e a falta de acesso à saúde (6). A Fiocruz também recebeu (7) o Grande-Colar do Mérito do Tribunal de Contas da União (TCU). E o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) participou de um estudo que avaliou casos de monkeypox em pessoas com infecção avançada por HIV (8).
O mês de MARÇO foi marcado pelo lançamento do projeto Restauração Ecológica da Fiocruz Mata Atlântica, que visava restaurar 6,7 hectares (equivalente a 67 mil metros quadrados) de área de floresta na região do Maciço da Pedra Branca, mais especificamente no setor 1 da Colônia Juliano Moreira, território ocupado pelo Campus Fiocruz Mata Atlântica (9). No mais, um estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) quantificou (10) o risco de morte em mulheres mais vulnerabilizadas no Brasil e apontou uma taxa geral de proteção para morte materna de até 31% em mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF). Outro estudo da Fundação, em parceira com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), apontou que homicídios de mulheres no Brasil aumentaram 31,46% em quase quatro décadas (11). O IOC/Fiocruz apoiou a implementação da vigilância genômica do Sars-CoV-2 no Haiti (12). E uma nova parceria da Fiocruz com o o World Mosquito Program (WMP) expandiu o acesso no Brasil aos mosquitos com Wolbachia, um método que reduz a incidência de dengue, chikungunya e zika (13).
ABRIL começou com o lançamento da Política de Equidade Étnico-Racial e de Gênero da Fiocruz (14), elaborada com o objetivo de estabelecer princípios, diretrizes, normas, orientações e responsabilidades para o desenvolvimento de ações mais equânimes na instituição. Uma parceria firmada pela Fiocruz Pernambuco com a Índia intencionava buscar diagnóstico mais rápido e de baixo custo para a tuberculose (15). Já um estudo da Fiocruz Minas revelou que células podem ser reprogramadas para combater câncer de mama (16). Além disso, o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) lançou o e-book Diretriz para Prevenção e Manejo da Dor Aguda por Procedimentos Dolorosos no Período Neonatal (17).
Em MAIO, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o projeto CUIDA Chagas, coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz), apoiou 70 ações no Brasil de educação em saúde (18). O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e a Fundação Ezequiel Dias (Funed) receberam o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção da vacina meningocócica ACWY conjugada (19). Além disso, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) se tornou referência na produção de medicamento para malária (20). E o Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab) da Ensp/Fiocruz recebeu o prêmio da Região das Américas concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) devido às contribuições para as conquistas do controle do tabaco no Brasil e a disseminação sobre impacto socioambiental do cultivo e produção do tabaco (21).
A Fiocruz selou, em JUNHO, parceria com Inca e divulga estudo sobre custos do câncer no SUS (22). O Observatório do SUS foi lançado com debate sobre o sistema público de saúde (23). E a Fiocruz e Ministério da Saúde discutiram cooperação para uma formação em rede no SUS (24).
Em JULHO, a Cooperação Social da Presidência da Fiocruz tornou disponível online uma cartografia sobre violações de direitos humanos em territórios periféricos. A cartografia faz parte do projeto Promoção da Saúde e Direitos Humanos no Estado do Rio de Janeiro (25). No mesmo mês, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) assinou um acordo com a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e a farmacêutica egípcia Pharco Pharmaceuticals para solicitar o registro do medicamento Ravidasvir, que trata a hepatite C, na Anvisa (26). E a Fiocruz lançou o seu novo Portfólio de Inovação, uma plataforma que reúne tecnologias com alto potencial inovador, para o desenvolvimento de produtos e serviços voltados ao atendimento das necessidades de saúde da população e o fortalecimento do SUS (27).
Um evento em AGOSTO marcou o lançamento, pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), da digitalização de toda a correspondência do médico e sanitarista Oswaldo Cruz, agora disponível para acesso público on-line. As cartas integram o Fundo Oswaldo Cruz, reconhecido pelo Programa Memória do Mundo, da Unesco (28). A Fiocruz apresentou, à Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (Sectics) do Ministério da Saúde, uma proposta de reformulação da atual Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) (29). O Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, com Museu da Vida Fiocruz, da Casa de Oswaldo Cruz, e da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, lançou o Guia de Acessibilidade para Ações Educativas, voltado para educadores, docentes, profissionais da área de educação e alunos (30). Também nesse mês, um protocolo de diagnóstico por PCR em tempo real para a detecção do Oropouche, desenvolvido na Fiocruz Amazônia, tornou a Fundação referência em protocolo de detecção do vírus (31).
Em SETEMBRO, uma tecnologia desenvolvida na Fiocruz Paraná apresentou um novo método, pouco invasivo, rápido e de baixo custo, para o diagnóstico precoce do câncer de mama (32). Nesse mês houve a comemoração dos 50 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI), uma das grandes conquistas da saúde pública brasileira e uma das maiores iniciativas do mundo no gênero e do qual a Fiocruz é parte significativa (33). A Fiocruz lançou o Cidacs Clima, uma plataforma para estudos sobre a interação entre saúde e clima, considerando a vasta diversidade climática e de ecossistemas do Brasil, com dados socioeconômicos, geográficos e de modelagem, para responder questões científicas inéditas (34).
O Conselho Deliberativo da Fiocruz se posicionou, em OUTUBRO, contrário à proposta PEC 10/2022, a chamada PEC do Plasma, que visa permitir que a iniciativa privada colete e processe o plasma humano (35). A Fiocruz, o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique e a Universidade Lúrio lançaram o Programa Educacional em Sistemas de Saúde, uma pós-graduação, no país africano (36). No mesmo mês, a Fiocruz Amazônia alertou para os efeitos devastadores das queimadas para a biodiversidade e a floresta (37). Uma delegação da Fiocruz visitou o hub da OMS para Inteligência Pandêmica e Epidêmica, dando início a uma parceria internacional que visa identificar ferramentas que possam ser adaptadas e utilizadas em outras situações e países (38).
O Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, uma parceria criada em 2009 entre a Fiocruz e o Fórum de Comunidades Tradicionais para a promoção da saúde e do desenvolvimento sustentável por meio do diálogo entre saberes científicos e tradicionais, foi premiado, em NOVEMBRO, no Concurso Nacional de Inovação no Setor Público (39). No Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (20/11), a Fiocruz projetou frases antirracistas no Castelo de Manguinhos, com o objetivo de chamar a atenção para a importância do enfrentamento permanente ao racismo (40). O livro Mudanças Climáticas, Desastres e Saúde, da Editora Fiocruz, foi o vencedor do Prêmio Abeu 2023, na categoria Ciências da Vida. Outros dois livros da Editora Fiocruz também foram destacados (41). Após nove anos de esforços, foi concluído o desenvolvimento de uma metodologia padronizada e validada para diagnóstico molecular da leishmaniose cutânea nas Américas, do qual a Fiocruz participou (42). A trajetória da saúde indígena no Brasil e o papel das pesquisas para o fortalecimento do SasiSUS foram alguns dos temas abordados em um seminário que fortaleceu papel da Fiocruz na saúde indígena do Brasil (43). A Fiocruz Ceará lançou guia e websérie Vigia, Povo!, que enfocam a vigilância popular em saúde (44).
Em DEZEMBRO, um dossiê elaborado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) mostrou que os jovens brasileiros entre 15 e 29 anos sofrem vários agravos à saúde por situações de violência, condições de trabalho e impactos na saúde mental (45). O Museu da Vida Fiocruz lançou um sistema de gestão e difusão digital do seu acervo museológico pelo qual o público tem acesso a mais de 2,5 mil itens (46). O Ministério da Saúde, a Fiocruz e o Instituto Butantan assinaram uma parceria que visa acelerar o desenvolvimento de plataformas tecnológicas e a produção local (47). A Fundação anunciou a ampliação dos pontos de coleta, o aumento no número de laboratórios participantes, uma metodologia de trabalho diferente e parcerias nacionais e internacionais no Programa Fiocruz na Antártica, o Fioantar (48). Em evento no Rio de Janeiro, a Fiocruz e parceiros apresentaram um novo edital do Plano Integrado de Saúde nas Favelas RJ, que prevê R$ 5,5 milhões para organizações sociais que atuem na promoção integral à saúde em comunidades (49). E a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz alcançou a marca de 3,1 mil práticas de saúde sobre diferentes temáticas e territórios do SUS (50).
Fiocruz passou a integrar o grupo executivo criado pelo Ministério da Saúde (MS) para acompanhar as ações de fortalecimento do Ceis. Expectativa é atender 70% das necessidades do SUS
Fiocruz e UFRJ lançam sistema de alerta para novos surtos de doenças infecciosas com potencial de causar emergências de saúde. Iniciativa tem o apoio do MS e da Fundação Rockefeller
O candidato Mario Moreira foi eleito pelos servidores públicos ativos da Fiocruz com 3.405 votos - 91,68% do total de 3.714 votos válidos
Adele Benzaken e Marcus Vinícius Lacerda, da Fiocruz Amazônia, foram condecorados pelo presidente Lula. Em 2021, o outro presidente no cargo revogou a condecoração os dois pesquisadores, sem nenhuma justificativa
Estudo da Fiocruz destaca medidas importantes que o Brasil pode adotar, por meio de autoridades e órgãos de regulação, para controlar a utilização do opioide
Iniciativa visa ser espaço de pesquisa multidisciplinar, bem como centro de tratamento e reabilitação de pessoas com sequelas da Covid-19, proporcionando uma melhor qualidade de vida
Experiência brasileira, capitaneada pela Fiocruz, tornou-se um modelo de referência mundial e é a base para a criação de programas do gênero em países da América Latina, do Caribe, da Península Ibérica, da África e também nos Brics
Levantamento conduzido Observa Infância revelou uma importante retomada na cobertura vacinal para crianças com menos de dois anos no Brasil. Estudo teve como foco a análise de quatro vacinas essenciais: BCG, Pólio, DTP e MMRV
Fiocruz inicia o fornecimento ao MS de uma combinação inédita com dois medicamentos eficazes para pacientes com HIV/Aids: os antirretrovirais Dolutegravir 50mg + Lamivudina 300mg
Fiocruz assinou um Termo de Compromisso com Anlis com o objetivo de capacitar a instituição argentina a produzir e fornecer a vacina de febre amarela em seu país